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Incardinação do Padre Rupnik? E suas obras artísticas?

Crescem os rumores de que um grupo de jesuítas deixaria a Companhia de Jesus após a recente expulsão do Padre Rupnik.

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Redação (22/06/2023 09:38, Gaudium Press) Multiplicam-se os rumores de que um grupo de jesuítas deixaria a Companhia após a recente expulsão do Padre Marko Rupnik, jesuíta acusado de múltiplos abusos, não só de cunho sexual, mas também psicológicos, contra religiosas e ex-religiosas.

Após a confirmação da expulsão pela Companhia de Jesus, Maria Campanelli, diretora do Centro Aletti, respondeu através de uma carta publicada no site deste centro artístico, fundado por Rupnik, explicando que este sacerdote-artista já havia, desde 21 de janeiro, apresentado à sua Ordem um pedido para ser autorizado a deixar sua comunidade.

Campanelli afirmou ainda que “os demais jesuítas do Centro Aletti também solicitaram o indulto para sair da Companhia e aguardam a conclusão do respectivo processo para poderem continuar a exercer o seu ministério sacerdotal”.

O que Campanelli não diz é qual seria a nova incardinação, tanto do Padre Rupnik quanto a dos outros jesuítas que deixariam a Companhia. Não há sacerdote “solto” na Igreja, e ele deve estar sujeito a um bispo ou a um superior religioso.

Johan Verschueren SJ, delegado das Casas e Obras Interprovinciais em Roma e superior do Pe. Rupnik até que sua expulsão se concretize, afirmou que não falará mais sobre o assunto até que se cumpram os 30 dias que Rupnik tem para recorrer de sua expulsão, a qual foi comunicada ao jesuíta em 14 de junho passado. No entanto, segundo o que declarou Campanalli, o Padre Rupnik não vai recorrer, presume-se “que o Padre Rupnik permaneça firme em seu desejo já manifestado de deixar a Ordem, e continue a viver este momento no discernimento e na comunhão eclesial”.

Mas, no caso da comunhão eclesial de um sacerdote, essa inserção se dá por meio de sua incardinação.

E como ficam as investigações que a Companhia estava desenvolvendo sobre o Padre Rupnik, com base em novas denúncias que, de acordo com alguns meios de comunicação, seriam quinze ou vinte? Serão enviadas para o Vaticano? Estas seriam perguntas a fazer ao Pe. Verschueren. Em princípio, essas denúncias não teriam caído na prescrição declarada pelo Dicastério para a Doutrina da Fé em outubro do ano passado.

De resto, a polêmica sobre as obras do artista jesuíta continua.

Até agora não se sabe a decisão da comissão composta pelo bispo de Tarbes-Lourdes, Dom Jean Marc Micas, sobre a permanência das obras de Rupnik no famoso santuário, que tem como uma de suas missões específicas o acolhimento de vítimas.

Sabe-se que os Cavaleiros de Colombo continuam a considerar quais os passos a tomar em relação à arte de Rupnik, que está presente em várias instalações desta comunidade. Desde “fevereiro, a obra de arte [de Rupnik] foi removida de todos os materiais publicados através do Serviço de Informação Católica dos Cavaleiros de Colombo”, assegurou Steve Curtis, chefe de comunicações da comunidade, ao The Pillar.

Mas é claro que há também não só comunidades que não consideram a retirada das obras do jesuíta, como alguns prelados que continuam a encomendar novas, segundo o jornal Domani, que garantiu que o Padre Rupnik viajou neste mês de junho para a ilha de Hvar, na Croácia, a pedido do bispo Ranko Vidovic, para estudar a possível restauração da capela do Paço Episcopal. Seria este um dos prelados que poderia incardinar o Pe. Rupnik e seus companheiros?

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