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Iêmen: guerra e pandemia ameaçam a vida das comunidades cristãs

A população católica do Iêmen sofre com a guerra e o coronavírus. Muitos cristãos deixarão o país diminuindo a já pequena comunidade cristã do Iêmen.

A população católica do Iêmen sofre com a guerra e o coronavírus. Muitos cristãos deixarão o país diminuindo a já pequena comunidade cristã do país.

Redação (22/09/2020, 13:00, Gaudium Press) Falando ao Vatican News, o Vigário Apostólico do Sul da Arábia e Administrador Apostólico do Norte da Arábia, Dom Paul Hinder afirmou que Apesar da guerra e crises na região da Península “hoje há mais interesse em saber o que o outro pensa e no que ele acredita”.

“O país sofre dramaticamente com a guerra civil e com a interferência externa, que levam à fome e doenças”, “mas o segredo de uma paz sustentável está dentro do país, do acordo entre as partes em conflito”, afirmou Dom Paul Hinder.

A guerra interminável e a situação criada pelo Covid-19 fez e o número dos cristãos

Segundo Dom Hinder, a guerra no Iêmen, que vem desde 2014, já causou mais de 112.000 mortes, mas toda a população da Península Arábica sofre também com os efeitos da pandemia do coronavírus.

Em particular, Dom Hinder volta sua atenção para as dificuldades da pequena minoria cristã na região:
“A situação da Covid-19 tem consequências que ainda não vemos, mas é claro que o número de cristãos, diminuirá no futuro, porque a situação econômica terá consequências”, afirma ele. “Muitas pessoas perderam seus empregos e a situação não vai melhorar. Isto significa que deixarão o país causando graves consequências para a comunidade cristã. Há algumas pequenas atividades que não têm pessoas qualificadas para trabalhar. Tudo mudou para nós”.

A Covid-19 interrompeu a vida litúrgica e sacramental nas comunidades e somos uma Igreja com liturgia e sacramentos

Dom Paul lembra que “A vida litúrgica dos fiéis das comunidades foi praticamente interrompida nos últimos meses” e isso, acrescenta ele, é uma mudança que também diz respeito ao modo de viver a fé:
“Não foram celebradas missas públicas. Nós nos ajudamos por meios eletrônicos, mas é claro que somos uma Igreja sacramental, onde o contato físico é necessário, a ‘matéria’ é necessária, desde o batismo até a unção dos enfermos”.
“Estamos recomeçando lentamente com a cautela necessária, mas não é fácil. Ainda não podemos ter igrejas lotadas como tínhamos antes”.

Ser bispo no Oriente Médio é difícil: como pastor, não pude viajar e rever as comunidades

O Bispo recorda que viver no Oriente Médio é viver num contexto difícil, com regras que diferem de país para país, e, também por causa da liberdade de deslocamento e a consequente dificuldade em alcançar as comunidades dos fiéis.

“A situação na Arábia Saudita não é a dos Emirados Unidos”, explica Dom Hinder. “Mesmo dentro dos Emirados Unidos, existem diferenças entre um emirado e outro e, por exemplo, em um determinado momento não era mais possível viajar livremente entre Dubai e Abu Dhabi. Eu mesmo, como bispo, também não pude viajar e ainda não pude ver as comunidades cristãs no Bahrein Kuwait e no Qatar. Espero que em dois meses a situação melhore”. (JSG)

(Redação Gaudium Press – Foto TN-Terra Nova)

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