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Há extraterrestres entre nós?

Estejamos atentos e firmes na fé, para não sermos seduzidos por uma trama que visa nos preparar para eventos orquestrados com objetivos que fogem à nossa compreensão.

Foto: Wikipedia

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Redação (14/07/2022 09:36, Gaudium Press) Há muitos assuntos que são polêmicos. A existência de vida em outros planetas é um deles, e a possibilidade de contato com alienígenas é mais polêmico ainda. Entre os que defendem essas hipóteses, estão os que usam como justificativa o fato de não fazer sentido existir um universo infinito e apenas o “insignificante” planeta Terra ser habitado.

Bem, temos de convir que há muito mais coisas que não fazem sentido, a nossa própria existência e a nossa capacidade destrutiva estão entre elas. As Sagradas Escrituras, que contêm a essência de tudo o que precisamos saber, não mencionam a vida em outros planetas. Quem refuta essa afirmação, geralmente, se baseia na passagem do arrebatamento do Profeta Elias “continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro e Elias subiu ao céu num turbilhão. (II Reis 2, 11-12)

No entanto, até mesmo a Palavra de Deus, quando fragmentada e tomada fora de seu contexto, pode aparentar dizer coisas que não está dizendo. Alguns versículos antes, o Segundo Livro de Reis diz “Eis o que se passou no dia em que o Senhor arrebatou Elias ao céu num turbilhão” (II Reis 2, 1). As palavras são muito claras e não dão margem a divagantes interpretações: Deus arrebatou Elias. Isso é algo difícil de compreender e difícil de explicar, e o próprio Eliseu deve ter usado figuras conhecidas para explicar o surpreendente ocorrido.

Do Gênesis ao Apocalipse, as Escrituras fazem menção à manifestação dos anjos. Eles aparecem, entram nos lugares, tornam-se visíveis a algumas pessoas, conversam com elas. Nada faz referência aos anjos serem oriundos de outros planetas, aportando aqui com as suas naves intergalácticas, com pele verde e fisionomia estranha. Mas, cada um tem seus motivos e justificativas para acreditar no que queira acreditar, ou naquilo que foi convencido a acreditar.

OVNIs

O primeiro relato de aparição de um objeto voador não identificado (OVNI) data de 24 de junho de 1947, quando o aviador e empresário norte-americano Kenneth A. Arnold afirmou ter visto nove objetos aéreos incomuns em forma de disco, próximos ao Monte Rainier, em Washington. A data se tornou um marco para a história da ufologia (termo cunhado a partir da sigla UFO – unindentified flying object –, conjunto de assuntos e atividades associadas ao interesse nesses objetos e fenômenos relacionados). O evento teve grande repercussão e deu origem ao famoso termo “disco voador”.

 Outros relatos começaram a surgir depois desse e o interesse pelo tema tomou grandes proporções, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970.  “Eram os deuses astronautas?”, do escritor suíço Erich von Däniken ou um dos muitos títulos do norte-americano Isaac Asimov passaram a ser livros de cabeceira de muitas pessoas. Mentes inquietas começaram a mergulhar na possibilidade de contatos imediatos com seres alienígenas, procurando os lugares ideais para estes contatos, e o Brasil passou a ser um ponto de interesse de muitos estudiosos e curiosos; e lugares exóticos passaram a integrar o “turismo alien”.

Muitos se perderam nesses devaneios, comprometendo a própria sanidade mental, mas muitos estudaram isso com certa isenção, procurando fazer uma análise científica do assunto. Como muitas outras coisas que se tornaram febre em determinadas épocas da história humana, o crescente interesse pelos discos voadores arrefeceu. Muitos hippies, que rodavam o mundo buscando evidências da vida extraterrestre, cortaram seus cabelos, mudaram de roupa, arrumaram uma ocupação, constituíram família e o assunto deixou de ser tão interessante para grande parte da geração dos buscadores das estrelas e da vida além da Terra.

O que deve preocupar a nós, católicos, não é se existem ou deixam de existir discos voadores, alienígenas, naves espaciais, contatos com seres extraterrestres. O que deve nos preocupar é a maneira como esse tipo de assunto pode ser manipulado para engambelar as pessoas e as levarem a crer em algo de uma determinada maneira.

Relatório do Pentágono

No dia 17 de maio deste ano, muitas pessoas foram surpreendidas com uma audiência pública realizada pelo congresso dos Estados Unidos, com a presença de autoridades do alto escalão para falar sobre o relatório divulgado pelo Pentágono, com a descrição de 144 fenômenos aéreos não identificados, ocorridos desde 2004, envolvendo, principalmente, pilotos militares da Força Aérea dos Estados Unidos.

Sempre houve a especulação de que o governo norte-americano escondia informações sobre esse tema. O que ocorreu agora, no entanto, foi que eles resolveram escancarar o assunto, antes trancado a sete chaves, tornando públicos vídeos bastante controversos sobre esses fenômenos.

Ronald Moultrie, subsecretário de Defesa dos EUA para inteligência e segurança, principal funcionário de inteligência do Pentágono, disse ao Congresso americano que os agora chamados UAPs – fenômenos aéreos não identificados – representam “riscos potenciais para o país”. Ele explicou que, por meio de uma análise rigorosa, 18 dos 144 fenômenos apresentaram “padrões incomuns de movimento ou de características de voo”.

Até o ex-presidente Barack Obama falou sobre isso em uma entrevista: “O que é verdade, e eu estou realmente falando sério agora, é que há imagens e registros de objetos nos céus que nós não sabemos exatamente o que são. Não podemos explicar como se moveram, sua trajetória. Eles não tinham um padrão facilmente explicável”.

John Ratcliffe, diretor de Inteligência Nacional durante o governo de Donald Trump, havia dito, em entrevista à Fox News, em março, que “há muito mais por aí do que imaginamos” e que ocorrem mais eventos de objetos não identificados difíceis de explicar do que os divulgados ao público.

No ano passado, John Brennan, que comandou a CIA (Agência Central de Inteligência Americana) no governo Obama, declarou, em entrevista a um podcast, que achava “um pouco presunçoso e arrogante acreditar que não há outra forma de vida em lugar algum do universo”. Em abril deste ano, Robert James Woolsey, que foi diretor da CIA nos anos 1990, declarou ao site Black Vault que “não é mais tão cético quanto era alguns anos atrás sobre OVNIs”.

O relatório divulgado pelo Pentágono não apresentou nada de conclusivo sobre serem esses fenômenos provocados por extraterrestres, mas também não refutaram esta hipótese, deixando vago e em aberto.

Metamorfoses

Agora, vejamos a coisa sob outro prisma. O professor Plinio Corrêa de Oliveira, em seu livro “Revolução e Contra-Revolução”, uma obra de leitura obrigatória para quem queira entender tudo o que está acontecendo no mundo, afirma que “o processo revolucionário é o desenvolvimento, por etapas, de certas tendências desregradas do homem ocidental e cristão e dos erros delas nascidos.” Ele explica que “em cada etapa, essas tendências e erros têm um aspecto próprio. A Revolução vai, pois, se metamorfoseando ao longo da História.”

E ele conclui o seu raciocínio dizendo que “essas tendências começam por modificar as mentalidades, os modos de ser, as expressões artísticas e os costumes.” Em sua sabedoria, Dr. Plinio, deixou claro o uso, pela Revolução, das “metamorfoses” para avançar e para operar os recuos táticos necessários.

Como dissemos, houve um boom na disseminação de informações sobre a aparição de OVNIs, estudos foram feitos, altas comissões foram criadas e o assunto tomou corpo, atingindo um grande número de pessoas, menos crentes umas, mais crentes outras, mas, o objetivo principal foi atingido: semear na mente das pessoas a dúvida sobre algo que sequer cogitavam, e hoje há um grande número de homens e mulheres que têm dificuldade para acreditar em Deus, mas acreditam na vida fora do planeta e nos contatos com esses seres extraterrestres que “circulam por aqui”. Livros, filmes, notícias, relatos, grandes reportagens e muito dinheiro foi aplicado para a disseminação dessa crença.

Então, o Pentágono, a Força Aérea e as autoridades norte-americanas silenciaram sobre o assunto durante 50 anos, e agora, do nada, logo após uma pandemia que parou o mundo durante dois anos, com uma sangrenta guerra em curso – na qual, indiretamente, os EUA estão bastante envolvidos, fornecendo (e testando) armamentos e, de certa forma, fomentando o conflito entre Ucrânia e Rússia –, aparecem altas autoridades para divulgar vídeos ultrassecretos e, caridosamente, dividir com o mundo esse assunto tão sério que “põe o país em risco”. E, quando os EUA se dizem em risco, entenda-se que o mundo está em risco.

Não é difícil perceber a estratégia revolucionária por detrás disso, tal qual o professor Plinio tão bem delineou. Permitam-me entrar em outro assunto polêmico, para tentar facilitar a compreensão deste ponto de vista.

Preparação para aceitar

Em 1998, uma emissora de TV levou ao ar uma novela na qual havia a sugestão de um romance entre duas personagens do sexo feminino. O assunto gerou muitas críticas e protestos e o caso foi solucionado com a explosão de um shopping center, matando o casal rejeitado pela opinião pública.

Em 2003, o tema voltou à tona em outra novela, da mesma emissora. Dessa vez, o casal era formado por duas adolescentes e a rejeição pública foi menor, embora uma pesquisa tenha deixado claro que as pessoas não aceitariam um beijo entre elas, o que foi resolvido sutilmente, com as duas moças sendo protagonistas da peça Romeu e Julieta no colégio onde estudavam e terminando a cena com um rápido beijo entre as personagens de Shakespeare que representavam.

No mesmo ano, o tema se repetiu em outra novela, de forma menos velada. E, desde então, praticamente não há mais um filme, uma novela, uma propaganda e até mesmo muitos desenhos animados para crianças que não incluam essa temática, que se tornou lugar comum. E, entenda-se que não estamos aqui discutindo certo e errado e nem externando preconceito, apenas usando o exemplo para demonstrar como esse tema se tornou banal e passou a fazer parte da vida cotidiana, de forma a não causar mais qualquer tipo de estranhamento.

Seguindo essa linha de raciocínio, não será de estranhar que aumente o número de fenômenos aéreos não identificados e até de “manifestações” de seres de outros planetas, e nossas mentes já estarão preparadas para aceitar isso como algo trivial, esperado, comum.

Eu fico tentando imaginar que tipo de ação pode ser provocada por uma eclosão desse fenômeno. Já que a ameaça ao seu espaço aéreo é a justificativa utilizada pela cúpula do governo dos Estados Unidos para abrir informações confidenciais e partilhá-las com o mundo, quem garante que, num futuro breve, não haverá invasões a nações soberanas sob a acusação de estarem alojando seres extraterrestres?

Afinal, ainda há algo neste mundo cuja ocorrência seja impossível? É bom estarmos preparados para tudo e eu encerro esta dissertação com palavras de esperança, proferidas no mesmo livro citado, por Dr. Plinio Corrêa de Oliveira: “Uma alma em estado de graça está na posse, em grau maior ou menor, de todas as virtudes. Iluminada pela Fé, dispõe dos elementos para formar a única visão verdadeira do universo.”

Estejamos atentos e firmes na fé, para não sermos engendrados numa trama que visa nos preparar para eventos orquestrados com objetivos que fogem à nossa compreensão.

Por Afonso Pessoa

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