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Grande Bíblia de Claraval: manuscrito excepcional inspirado por São Bernardo

Na Festa de São Bernardo conheça uma obra inspirado por ele e que remete a um ambiente sacral que produziu frutos imperecíveis como a Grande Bíblia de Claraval, escrita há 900 anos.

Na Festa de São Bernardo conheça uma obra inspirado por ele e que remete a um ambiente sacral que produziu frutos imperecíveis como a Grande Bíblia de Claraval, escrita há 900 anos.

Redação (20/08/2020, 14:00 Gaudium Press) Quem folheia as páginas da Grande Bíblia de Claraval adornadas com elegantes capitulares e suas belas iluminuras é levado a pensar, nem que seja por instantes, naqueles monges que passavam longas horas de seu dia copiando as Sagradas Escrituras, na extraordinária epopeia que o aparecimento das abadias cistercienses. Vai-se para um mundo cheio de sonhos que se tornaram realidade.

No dia em que se celebra a Festa de São Bernardo de Claraval grande incentivador e inspirador de inúmeras abadias cistercienses, faz bem penetrar nas memórias de pessoas e  recordas fatos que nem o desprezo ou o silêncio fazem esquecer.

A Abadia Cisterciense de Claraval foi fundada em 1115 por Bernardo de Fontaines e que foi dirigida por ele sua morte em 1153 quando o mundo passou a conhece-lo como São Bernardo de Claraval.

A Abadia de Claraval era terceira filha de Cister, um dos grandes centros monásticos da cristandade da qual dependeriam, no final da Idade Média, 530 outras abadias, espalhadas pela Europa.

Na Festa de São Bernardo conheça uma obra inspirado por ele e que remete a um ambiente sacral que produziu frutos imperecíveis como a Grande Bíblia de Claraval, escrita há 900 anos.

Uma das características de vida dos monges de Claraval é que, diferentemente de outros monges, eles não vão para a floresta cortar árvores, não vão aos campos para plantar e colher. Os monges de Claraval trabalham na junto da abadia, no “scriptorium”, não muito longe do interior dos claustros da Abadia, onde devem ir sete vezes ao dia para cantar os salmos em um solene, melodioso e elevado canto gregoriano.

O trabalho destes monges é copiar, eles são copistas. Eles copiam constante e incansavelmente os livros sagrados e as grandes obras da literatura grega e latina.

A tradição beneditina favorecia para que a caligrafia fosse rica em ouro, desenhos e cores. São Bernardo de Claraval trouxe modificações nessa tradição. Ele propôs e conseguiu um novo estilo, quando recomendava a seus monges copistas que os manuscritos refletissem o ascetismo da condição monástica.

Grandes proporções, muita espiritualidade e originalidade na Grande Bíblia de Claraval

Foi no contexto deste ambiente criado na Abadia que o mais belo e monumental livro de Claraval foi produzido por volta do ano de 1160: a Grande Bíblia. A Grande Bíblia, bela e monumental, é composta por 2400 páginas que formam seis volumes que foram escritos utilizando a pele de cerca 600 peles de carneiro.

As inéditas proporções e número de volumes não esgotam a originalidade da Grande Bíblia.

Na Festa de São Bernardo conheça uma obra inspirado por ele e que remete a um ambiente sacral que produziu frutos imperecíveis como a Grande Bíblia de Claraval, escrita há 900 anos.

Um puro exemplo de estilo monocromático ilumina a Grande Bíblia de Claraval

Conforme propunha São Bernardo em suas prescrições, os monges copistas de Claraval romperam com a tradicional (e também bela) forma de fazer as iluminuras românicas e criaram um puro exemplo do estilo monocromático de iluminar, sem ouro ou representação figurativa (humana, animal ou monstruosa) nestas páginas.
Os padrões geométricos, vegetais e, acima de tudo, monocromáticos são os modos preferidos de iluminar em Claraval. Deste modo , as 160 letras grandes que os textos trazem são pintadas em uma única cor onde aparecem principalmente o vermelha, o verde ou azul.
Cada uma destas letras pintadas constitui verdadeiras obras de arte. Os monges, os artistas da Abadia de Claraval conseguiram criar assim uma grande variedade de decorações geométricas e florais, em gradientes estudados com minúcias e aplicados de modo sutil, cheio de leveza.

São Bernardo deixou bases para surgir uma das maiores bibliotecas do ocidente

São Bernardo de Claraval morreu em 1153 e seus sucessores continuaram o trabalho artístico que ele inspirou. Seus filhos espirituais tornaram a biblioteca de Clraval, em menos de um século, numa das maiores de todo o Ocidente. Porém, uma certa volta a uma decoração mais rica de seus manuscritos foi retomada, sem prejuízos para do fundador.

A Revolução Francesa confiscou a Grande Bíblia de Claraval

A Revolução Francesa confiscou a Grande Bíblia e a retirou, não por motivos piedosos, da Abadia.  O mundo civilizado conseguiu reaver cinco dos seis volumes originais da Bíblia da Abadia de Claraval e os arquivos e a biblioteca de da Abadia de Claraval os digitou em 2015 como parte dos 900 anos da fundação da abadia.

Assim, pelos menos virtualmente, o mundo de hoje pode testemunhar o que foi um desejo que floresceu, um sonho que se tornou realidade graças à inspiração de um Santo e trabalho de copistas que viveram à sombra da cruz, dentro de um ambiente monacal católico. (JSG)

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