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Fulano fez sua páscoa!

   A frase, aparentemente bela, patenteia dois erros graves: um pastoral e outro teológico.

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Redação (18/11/2024 14:58, Gaudium Press) Já ouviu esta frase, referida à morte de uma pessoa: “o religioso fez sua páscoa”? Claro que sim. Quem a profere engana-se totalmente e, sem querer, ilude os incautos. Ora, isto virou moda no grêmio da Igreja, sobretudo entre os eclesiásticos! Não se diz mais: “tal pessoa faleceu”; afirma-se a cotio: “tal pessoa fez sua páscoa”!

A frase, aparentemente bela, patenteia dois erros graves: um pastoral e outro teológico. Pastoralmente falando, é mister rezar pela alma do defunto; não se presume a salvação de ninguém. Do ponto de vista teológico, sabemos que a páscoa, vale dizer, a ressurreição de Jesus, ocorreu há dois mil anos. Também houve apenas outra ressurreição desse jaez na história, a de Maria Santíssima (assunção).

A páscoa ou ressureição gloriosa de qualquer ser humano que se salva, incluindo os santos do céu e as almas do purgatório, se dará na parusia, isto é, no fim do mundo. Entretanto, os precitos do inferno também ressuscitarão, mas ignominiosamente (Mt 25, 31-46).

A expressão “sicrano fez sua páscoa” é especiosa e presunçosa, mesmo para quem expirou em odor de santidade. Ajamos como católicos! Quando se finar um ente querido, humildemente rezemos pela sua alma. E este nosso contributo, prenhe de caridade, importará muito para quem morreu, principalmente se, como a maioria, estiver padecendo as penas do purgatório.

Por Edson Luiz Sampel

Professor do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina.

Presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da 116ª Subseção da OAB-SP.

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