França: para cada sacerdote ordenado 12 são enterrados
130 novos presbíteros serão ordenados este ano, na França. Contudo, o trabalho é árduo.
Redação (01/07/2021 15:32, Gaudium Press) Há uma semana, a Gaudium Press noticiou a ordenação de 130 sacerdotes nas proximidades da solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo.
Entretanto, muitos se perguntam em que ‘terreno’ chegam esses novos presbíteros. Quais são os campos onde eles devem semear e as messes que eles devem ceifar?
Uma realidade inegável é que, após o baque inicial da pandemia, há muitos que deixaram de ir à igreja; serão idosos que temem o contágio e, por causa da sua idade, não são obrigados ao preceito e podem assistir online. Ou serão alguns que simplesmente perderam o hábito devido a uma prática religiosa que não estava bem ancorada na alma.
A essas novas realidades junta-se o fato de que na França a assistência à Eucaristia já era muito baixa; a menor proporcionalmente de toda a Europa. Isso fez com que, em dioceses como Reims, chefiada pelo presidente da Conferência Episcopal Francesa, Mons. Eric de Moulins-Beaufort, padres e diáconos não são mais considerados associados a uma paróquia ou a um lugar específico, mas a um “espaço missionário”, no qual os ministros de Deus se movem de forma itinerante. Isso torna muito real a ideia ventilada há alguns anos de que a Europa se tornou uma terra de missão.
Em Arras, metade dos sacerdotes tem mais de 80 anos
Contudo, o problema não é apenas a baixa presença dos fiéis, mas a escassez e a idade avançada dos sacerdotes. Há casos extremos, como o da diocese de Arras, em que metade dos presbíteros tem mais de 80 anos.
A ordenação de 130 novos sacerdotes é uma voz de esperança para a Igreja na França. No entanto, isso não nos faz esquecer de que para cada novo sacerdote ordenado 12 são enterrados. A idade média dos sacerdotes na França é de 75 anos, bastante alta.
Há muitos padres que sentem que têm muito trabalho, com o consequente perigo de burnout (esgotamento), mas também há padres que podem ser vítimas de um bore out, ou seja, a sensação de que eles não são mais necessários em uma sociedade onde a fé é escassa.
Porém, para aqueles que têm olhos de fé, não há razão para desesperança. Quando a história começou, havia apenas 12, e a messe era o mundo inteiro. No entanto, os 12 mais a graça comprada por Cristo e a ação do Paráclito acabaram por cristianizar o maior império da história. A questão é estar enraizado em Cristo e em Maria, que o resto será dado por acréscimo. (SCM)
Com informações Le Figaro.
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