França: Igreja remove vitrais confeccionados por sacerdote acusado de pedofilia
O sacerdote e artista francês Louis Ribes foi acusado de crimes de pedofilia após sua morte. O coletivo das supostas vÃtimas pede agora que as obras artÃsticas do sacerdote sejam destruÃdas
Redação (25/10/2023 12:30, Gaudium Press) O sacerdote francês Louis Ribes era muito conhecido por suas obras artÃsticas, especialmente pinturas e vitrais bastante coloridos. Recebeu, por muito tempo, o apelido de “Picasso das igrejas”.
Nascido em 1920 e falecido em 1994, o sacerdote foi acusado pela primeira vez de crimes de pedofilia em 2021, 28 anos após sua morte. Ao todo, 49 pessoas disseram ter sofrido abuso sexual entre as décadas de 50 a 90. O sacerdote teria cometido seus crimes durante ateliês artÃsticos nos quais os menores posavam nus para o sacerdote-artista.
Na primeira coletiva de imprensa realizada pelas vÃtimas do padre Ribes, em 6 de maio de 2022, as supostas vÃtimas acreditam que o número de pessoas abusadas pelo sacerdote pode passar de uma centena. Durante a coletiva foram mostradas algumas fotos insuniantes que estavam no arquivo pessoal do padre Ribes.
Desde as primeiras denúncias, em 2022, as supostas vÃtimas do sacerdote pedem uma indenização financeira à diocese de Lyon e pedem igualmente que as obras artÃsticas do sacerdote sejam destruÃdas, inclusive os vitrais.
A pequena igreja do vilarejo de Sainte-Catherine acolheu o pedido das vÃtimas e vai retirar os dois vitrais que foram feitos pelo padre Ribes. Mesmo após anos, as vÃtimas dizem sofrer os traumas dos abusos e veem na retirada dos vitrais uma satisfação e um alÃvio.
Contudo, nem todas as prefeituras estão dispostas a acolher o pedido das vÃtimas. O prefeito de Givors, Mohamed Boudjellaba, é contra a retirada das obras artÃsticas de Ribes. A cidade conta com dois vitrais contando cenas da história local. Em abril passado, Boudjellaba escreveu uma carta ao Papa Francisco solicitando a participação do Papa no debate sobre o destino dos vitrais.
É interessante notar que após a Revolução Francesa, a quase totalidade das igrejas pertence às prefeituras; contudo, a diocese de Lyon está disposta a pagar todos os gastos da retirada dos vitrais confeccionados pelo sacerdote. (FM)
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