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“Fragilidade mostra-nos que não somos o Criador, mas criaturas”: lição que se tira da Covid-19

Um pequeno vírus que não conhecemos, não o vemos nem sabemos como o apanhamos, nos faz sentir pequeninos e ajuda a confiar mais em Deus.

Um pequeno vírus que não conhecemos, não o vemos nem sabemos como o apanhamos, no faz sentir pequenino e ajuda a confiar mais em Deus.

Redação (09/01/2021, 15:30, Gaudium Press) Claro está que a pandemia do coronavírus tem sido uma catástrofe para a humanidade.

Muitas dores, sofrimentos físicos e espirituais, perda de esperança, desalento, morte: este é o rastro que tem deixado esse misterioso vírus que teima em se manter entre os homens de todas as latitudes e não faz distinção entre ignorantes, sábios, ricos, pobres, fortes, fracos…
Ele ataca a todos!

Neste caos que o coronavírus provoca surge também a oportunidade de se tirar proveitos e lições. É algo difícil, porém não é impossível.
Afinal, quem tem fé sabe que a Providência Divina nunca abandona os homens em qualquer que seja a situação em que ele se encontre.

Estas considerações nasceram em meu espírito depois de conhecer a história vivida pelo Padre Miguel Cabral e que ele narrou para a Agencia Ecclesia.  

A fragilidade mostra-nos que não somos o Criador mas criaturas. Dependemos dos outros.

O padre Miguel Cabral é português e pertence à Prelatura Pessoal da Santa Cruz e Opus Dei. Ele passou 10 dias em coma induzido, “entubado”, respirando por meio de aparelhos.

O sacerdote afirmou para a Ecclesia: “Nunca tive medo de morrer. Tenho fé e pensei que não estava na minha perspectiva morrer agora, nunca pensei que isso acontecesse”.

Padre Miguel recorda: “minha preocupação maior era com o sofrimento que podia causar à família e amigos”. “A fragilidade mostra-nos que não somos o Criador mas criaturas. Dependemos dos outros.

Um pequeno vírus que não conhecemos, não o vemos nem sabemos como o apanhamos, faz-nos sentir pequeninos. Isto ajuda-nos a confiar mais em Deus”, afirmou o Sacerdote.

Depois de contar pormenores, o padre Miguel Cabral recorda ter sido no início de dezembro, “na véspera da solenidade da Imaculada Conceição”, a origem dos sintomas, relacionados com um “estado gripal” que não passava.

Do que aconteceu depois ele recorda de muito pouco, porém do que recorda encontra lições e ensinamentos que lhe deixa agradecido a Deus.

Da experiência de fragilidade que teve, o Padre Miguel Cabral recorda a proximidade de Deus, dos amigos e da família:
“Nunca me senti sozinho, pela presença de Deus que senti ao meu lado. A última coisa que eu li, antes de ser entubado, foi uma pequena carta que o prelado do Opus Dei me escreveu com umas palavras muito amáveis que me fez sentir em família”, sublinha.

Ao acordar, sem ter noção do tempo, o padre Miguel conta ter recebido “2400 mensagens” que transmitiam “esperança e sinais de amizade”.

Para o sacerdote, “Este é um aspeto que eu aprendi e continuo a faze-lo sobre a importância da família como da amizade, a importância de cultivarmos as amizades”, explica ele em suas palavras para a Ecclesia.

Custa mais a doença dos outros doentes internados: vou rezando, não se pode  fazer nada por eles

A sua experiência pessoal do Padre Miguel foi ultrapassada, porém o sacerdote admite que mais difícil é acompanhar o pai, que passou “16 dias em coma”, também por causa da Covid-19.

O Sacerdote da Prelazia Opus Dei que, antes de ser ordenado sacerdote, foi médico oncologista e exerceu durante 10 anos a profissão e que ele acredita que isso lhe ajudou a passar pela doença.

Contudo, recorda ele,  “Custa mais a doença do meu pai, outros doentes internados de quem vou sabendo e pelos quais vou rezando. A dor dos outros custa mais, não poder fazer nada por eles.
Desde que fiquei doente, eu e a minha família todas as noites nos juntamos a rezar o terço às 21:30, agora com o pai que já recuperou, os filhos e os 23 netos”, destacou. (JSG)

 

(Com informações Ecclesia, foto Opus Dei)

 

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