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Falece de Covid bispo francês que guiou renascimento da Igreja no Camboja

Seu trabalho missionário “permitiu que a Igreja no Camboja vivesse e ressurgisse das cinzas na década de 1990”, após a onda de violência e repressão dos comunistas do Khmer vermelho.

Seu trabalho missionário "permitiu que a Igreja no Camboja vivesse e ressurgisse das cinzas na década de 1990", após a onda de violência e repressão dos comunistas do Khmer vermelho.

Redação (01/03/2021, 17:12, Gaudium Press) Dom Yves Ramousse reconhecido pela Igreja Católica no Camboja por seu dedicado trabalho espiritual, pastoral e missionário faleceu na França em 26 de fevereiro.

Dom Yves Ramousse foi Vigário Apostólico de Phnom Penh de 1962 a 1976, e mais tarde de 1992 a 2001. O prelado de 93 anos morreu devido a complicações da Covid-19.

O falecido Bispo foi membro da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris (MEP), entrou para a história pela ação pastoral e missionária no Camboja na segunda metade do século XX e também na fase seguinte à época dominada pelo Khmer vermelho.

O trabalho missionário de Dom Yves Ramousse “permitiu que a Igreja no Camboja vivesse e ressurgisse das cinzas na década de 1990”

A partir de 1975, quando chegaram ao poder, todas as expressões religiosas foram proibidas. Os estrangeiros foram expulsos, incluindo padres e religiosos católicos, e teve início uma onda de violência e repressão na qual cerca de dois milhões de cambojanos morreram em consequência das execuções, da fome ou doença.

Nessa ocasião Dom Yves Ramousse estava à frente da Igreja no país.

Seu trabalho “permitiu que a Igreja no Camboja vivesse e ressurgisse das cinzas na década de 1990. Se hoje os cambojanos são felizes e livres para seguir a Cristo”, em grande parte devem isso a Dom Ramousse”, recordou à Agência Fides o atual Vigário Apostólico de Phnom Penh e membro da Sociedade das Missões Estrangeiras de Paris, o sacerdote Dom Olivier Schmitthaeusler.

Dom Yves Ramousse fez parte das Missões Estrangeiras de Paris desde muito jovem, ordenado sacerdote em 1953, partiu para o Camboja em 1957

Ainda bastante jovem, passando a fazer parte das Missões Estrangeiras de Paris,  Yves Ramousse foi ordenado sacerdote em 1953 e partiu para o Camboja em 1957.

Nomeado Vigário Apostólico de Phnom Penh aos 35 anos, participou do Concílio Vaticano II e em 1968 fundou a Conferência Episcopal do Laos e Camboja (CELAC). Colaborou para que fosse possível a tradução da Bíblia para a língua khmer.

O sofrido exílio daquela que considerava sua segunda pátria, ele definirá  como “a negação da vocação missionária”.

Nomeado novamente Vigário Apostólico em 1992, dedicou-se ao trabalho de reconstrução espiritual, pastoral e social do pais e da Igreja destruída

Com o fim da guerra civil e a aprovação da nova Constituição em 1993, Dom Ramousse voltou ao Camboja, encontrando uma Igreja destruída: igrejas arrasadas, batizados dispersos, sacerdotes e religiosos cambojanos desaparecidos.

Nomeado novamente Vigário Apostólico em 1992, dedicou-se ao trabalho de reconstrução espiritual, pastoral e social. Em 1994, após negociações com o governo real do Camboja, conseguiu o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé.  Em 1997, se alegrou com a aprovação oficial dos Estatutos da Igreja Católica como comunidade religiosa e não como ONG.

A Igreja no Camboja, atualmente com cerca de 25 mil batizados numa população 15 milhões de habitantes, recorda a contribuição espiritual, pastoral e missionária, simples e apaixonada, deste grande missionário. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações FIDES)

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