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Exposição das Joias da Coroa Britânica: história e simbolismo

Entre os extraordinários itens que serão expostos na famosa Torre de Londres encontra-se a Coroa de Santo Eduardo de 1661, que será usada na coroação do rei Charles III.

Wikipedia

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Redação (16/03/2023 15:35, Gaudium Press) Desde 1066, as cerimônias de coroação do monarca britânico ocorrem na Abadia de Westminster, fundada por Santo Eduardo, o Confessor. Para marcar o ano da coroação de Charles III, a Torre de Londres fará uma nova exibição das Joias da Coroa, focalizando o simbolismo cristão – como as insígnias reais são usadas durante a cerimônia – e sua história.

Jewel House Entrance

 Coroa Imperial de Estado

Coroa Imperial de Estado

Na exposição estarão algumas das joias mais famosas do mundo, como as coroas, o orbe e o cetro, as espadas, a ampola e a colher da coroação, o item mais antigo da coleção. Serão também mostradas as joias mais históricas que passaram de coroa em coroa, incluindo o famoso Rubi do Príncipe Negro, que foi uma das joias favoritas da falecida Rainha Elizabeth II e está na Coroa do Estado Imperial.

 Colher de coroação

Colher de coroação

A Jewel House apresentará a rica história desta coleção magnífica com mais profundidade e detalhes do que nunca; por exemplo, que as joias originais da coroa medieval foram destruídas por ordem de Oliver Cromwell em 1649, durante a Guerra Civil Inglesa, sendo salva a Colher de coroação do século XII – usada para ungir o soberano com óleo sagrado–, o Rubi do Príncipe Negro, que remonta ao século 14, e a Safira de São Eduardo, o Confessor, que se acredita ter sido tirada de um anel quando o rei anglo-saxão foi enterrado novamente na Abadia de Westminster, no século 12.

Segundo Charles Farris, historiador da monarquia no Historic Royal Palaces, “as joias da coroa são os símbolos mais poderosos da monarquia britânica e têm um profundo significado religioso, histórico e cultural”.

História do Koh-i-noor

A exposição também contará a história do famoso diamante Koh-i-noor, que significa Montanha de Luz, descoberto nas minas de Golconda no atual estado de Andhra Pradesh, no sul da Índia.

A existência do diamante foi oficialmente documentada no século 18, embora sua história possa remontar a centenas de anos antes disso.

Diz-se que o grande diamante incolor passou entre imperadores mogóis, xás do Irã, emires do Afeganistão e marajás de Punjabi antes de ser confiscado pela Companhia das Índias Orientais após sua vitória na Segunda Guerra Anglo-Sikh de 1849.

Foi dado à Rainha Vitória e permanece nas Joias da Coroa desde então. O príncipe Albert, marido da rainha Vitória, mandou lapidar o Koh-i-Noor para melhorar seu brilho e se adequar aos gostos europeus contemporâneos.

Acredita-se que seja o diamante mais caro do mundo, com 105,6 quilates no valor estimado de US$ 600 milhões.

Joias da coroação

Coroa de Santo Eduardo

Coroa de Santo Eduardo

Entre os extraordinários itens expostos no Tesouro encontra-se a Coroa de Santo Eduardo de 1661, a mais importante e sagrada da coleção que será usada na coroação do rei Charles III.

A exposição – que conduzirá o visitante ao Tesouro, onde se guarda a maior parte das insígnias reais – pretende também explicar o simbolismo das joias que serão usadas na coroação:

O Cetro com Cruz do Soberano e o Orbe do Soberano, que serão entregues ao monarca no momento da investidura. Quando acontecer a Coroação, o Orbe do Soberano, representando a soberania cristã, será colocado na mão direita do monarca e posteriormente devolvido ao altar.

O anel de coroação (representando a dignidade real) será colocado na mão direita do Soberano. Depois disso, o Cetro com a Cruz simboliza o poder temporal do Soberano sob a Cruz de Cristo, enquanto o Cetro com a Pomba – ou Bastão da Equidade e Misericórdia – simboliza o papel espiritual do Soberano.

O clímax da coroação ocorre quando o arcebispo de Canterbury coloca a coroa de Santo Eduardo na cabeça do soberano. Contudo, ao sair da Abadia, o Rei recém-coroado troca esta coroa pela Coroa do Estado Imperial (que foi refeita para George VI em 1937)

O Reino Unido é a única monarquia europeia que ainda usa suas insígnias para a cerimônia de coroação de um soberano.

 

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