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Escândalos no clero ortodoxo romeno

Um conhecido sacerdote foi sentenciado por abuso, e várias acusações de corrupção vieram à tona.

Foto: Jp Valery/ Unplash

Foto: Jp Valery/ Unplash

Redação (11/01/2024 10:33, Gaudium PressO Settimana News relata o caso de Visarion Alexa, um estimado e conhecido sacerdote da Igreja Ortodoxa Romena, de 43 anos, casado e pai de três filhos, por abuso sexual contra um fiel de sua Igreja.

Visarion Alexa era frequentemente solicitado pelos meios de comunicação para apresentar a posição de sua Igreja sobre vários assuntos, como a Covid.

Após a denúncia, muitos ficaram chocados e descrentes. No entanto, outra vítima veio a público e mais cinco relataram agressões semelhantes.

No contexto do clero ortodoxo romeno, o problema não se limita ao abuso sexual, existindo também aquilo que em linguagem civil é chamado de corrupção e, em linguagem eclesiástica, é conhecido como simonia.

O Pe. Petrica Leascu, condenado há dois anos por corrupção, decidiu tornar públicas as formas como os eclesiásticos são corrompidos.

O generoso financiamento fornecido pelo Estado à Igreja é em grande parte gerenciado pela Secretaria de Estado do Culto, chefiada atualmente por Ciprian Olinici, conselheiro do Patriarca Daniel. Esta verba é controlada exclusivamente pelos eclesiásticos.

Petrica Leascu, ainda sacerdote, reuniu-se com Dom Teodósio de Tomis, membro do Santo Sínodo, com uma câmera de vídeo escondida, para propor um empréstimo de 160 mil euros através da Secretaria de Estado, com um “custo extra” de 20%. O bispo concordou e encaminhou o pedido para a cúria para determinar os procedimentos.

A corrupção eclesiástica também tem conexões com a política

Leascu propôs ao Partido Social-Democrata e depois ao Partido Nacional-Popular das províncias de Neamt e Vrancea intervenções em edifícios religiosos. Em troca de generosas doações, ambas as partes concordaram em permitir que o assunto fosse levado ao conhecimento da Secretaria.

Após ser condenado, o Pe. Leascu continuou sua atividade sacerdotal sem receber estipêndio ou apoio financeiro. Ele pediu ao Arcipreste, seu superior eclesiástico, para apoiar sua demanda de obtê-lo e foi ajudado. Em contrapartida, precisou pagar 20.000 euros ao Bispo e 5.000 ao Arcipreste.

O jornal Recorder relatou outros casos, como o de um pároco que para realizar a manutenção do telhado, que custava aproximadamente 40.000 euros, precisou pagar 8.000 euros a um líder político local para que este intercedesse em seu nome na Secretaria.

Nem todos os sacerdotes recebem um estipêndio fixo, e aqueles que o recebem devem ter um título em Teologia ou ensino. No entanto, é conhecido que apenas aqueles que oferecem doações significativas às autoridades religiosas e acadêmicas responsáveis conseguem passar nos concursos.

Essa situação levou a Chancelaria do Sínodo dos Bispos a relembrar as punições canônicas aos eclesiásticos envolvidos nesse tipo de corrupção, o que ocorreu em dezembro passado. Além disso, a Direção Nacional Anticorrupção abriu uma investigação sobre o assunto.

A Igreja ortodoxa na Romênia representa 80% dos seus 20 milhões de habitantes.

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