Episcopado se pronuncia sobre massacre na prisão de Guayaquil, Equador

Rebelião na Penitenciária del Litoral deixa 118 mortos e 86 feridos.

Redação (05/10/2021 10:55, Gaudium Press) O que aconteceu na Penitenciária del Litoral, em Guayaquil-Equador, chocou o mundo inteiro: um motim que começou na última terça-feira, prolongando-se por vários dias e que deixou um saldo de 118 mortos e 86 feridos. Os presos se revoltaram contra a autoridade penitenciaria e estadual. E tudo começou aparentemente com um confronto entre gangues.

Segundo o comandante da Polícia, Fausto Buenaño, alguns dos mortos apresentavam “impactos de projéteis de armas de fogo e também de granadas”, armas que circulavam na prisão. Isso dificultou a retomada do controle da prisão, pois “nossos efetivos entraram com escudos e sem armas”, assegurou o comandante da polícia.

O presidente equatoriano Guillermo Lasso, diante da magnitude do ocorrido, decretou estado de exceção no sistema penitenciário do país, suspendendo muitos direitos dos presos, evitando assim também outras rebeliões. No entanto, Lasso prometeu também um plano de investimentos com mais de 70 milhões para um sistema carcerário que está superlotado.

Comunicado da Conferência Episcopal

Anteontem, a Conferência Episcopal do Equador emitiu um comunicado, no qual faz “um apelo aos homens e mulheres de boa vontade a valorizar a vida humana, a tomar consciência de que o ser humano não é um objeto dispensável ou descartável, algo que se pode usar e jogar fora”.

Para os bispos, “o grande número de mortos” é um preço muito alto para manter um negócio de morte e deixar impassível uma sociedade que se sente amedrontada, angustiada e impotente; que corre o risco de exigir mais mortes ao pensar em sua segurança individual”.

Os prelados manifestaram solidariedade às famílias dos falecidos e ofereceram seu apoio “moral e espiritual para viver este momento de luto com fé e paz, e perdoar aqueles que acabaram com suas vidas”

Os bispos apelaram também à reflexão sobre as convulsões da sociedade e a necessidade de construir o bem comum.