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Encontro de Vittorio Messori com Bento XVI

Messori teve um encontro com o Papa emérito após sua renúncia, mas com o compromisso de que o fazia como amigo, não como jornalista.

Vittorio Messori

Redação (09/12/2021 17:44, Gaudium Press) A amizade entre Vittorio Messori – o renomado jornalista e escritor italiano – com Bento XVI atravessa as fronteiras de tempo e do ‘enclausuramento’ do Papa emérito no mosteiro Mater Ecclesiae do Vaticano.

Foi o que afirmou o próprio Messori, num encontro que teve lugar em junho de 2016 no Centro Franciscano Rosetum de Milão, e que ontem foi dado a conhecer ao jornalista italiano Andrea Cionci, noticiando hoje no Libero Quotidiano.

Cionci foi convidado no dia da Imaculada Conceição para presenciar a gravação completa daquele encontro em Rosetum, que foi fundamentalmente a apresentação do já clássico livro de Messori “Hipóteses sobre Maria“. Durante as conversas ali realizadas, foram ouvidas lembranças muito interessantes, que na mente de Cionci adquirem agora um significado maior:

“Em setembro – contou Messori em junho de 2016 – tive um encontro privado com o ‘Papa emérito’, como ele queria ser chamado. Nasceu uma amizade realmente forte com Ratzinger a partir daquele livro ‘Relatório sobre a fé’ (1984) que fizemos juntos. Ele, com sua generosidade típica, queria me retribuir com sua amizade, tanto que às vezes íamos jantar juntos em uma trattoria no Trastevere. Essa relação pessoal continuou, mas a partir de 11 de fevereiro de 2013 [data da renúncia do Papa Ratzinger] mantive distância porque queria respeitar seu retiro. Foi seu secretário [Mons. Ganswein] que me telefonou dizendo: ‘Sua Santidade ficaria feliz em vê-lo novamente em nome dos antigos tempos, venha visitá-lo em seu retiro, porém, fica entendido que Sua Santidade o espera como amigo e não como jornalista. O seu encontro será privado e, portanto, não haverá nada público a ser divulgado”.

Coisas importantes que teriam preenchido o noticiário

Messori manteve seu compromisso com discrição, pois se tivesse dito algo, “teria preenchido os noticiários por muito tempo”.

No entanto, algo (ou muito) ele falou:

“A única coisa que posso dizer – mas que é significativa – é que, quando Ratzinger perguntou minha opinião sobre a situação atual da Igreja, eu sinceramente lhe transmiti esse clima de perplexidade (para usar um eufemismo), de inquieta curiosidade sobre como isso vai acabar diante de certas experiências. De qualquer forma, disse-lhe o que pensava e é bastante significativo como, depois de me ouvir, ele abriu as mãos, ergueu os olhos para o céu e disse: ‘Só posso rezar’. Mas saibam que somente as notícias que os outros decidem chegam até ele. Descobri, por exemplo, que ele só recebe dois jornais: o Corriere della Sera e o Frankfurter Allgemeine Zeitung. (…) Ele não assiste televisão e não ouve rádio ”.

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