Egito: 74 novas “legalizações” permitem uso de Igrejas

A falta de legalizações no passado, em várias ocasiões, levou à violência, geralmente manipulada pela maioria muçulmana sunita.

Cairo – Egito (Terça-feira, 14-04-2020, Gaudium Press) Conforme informa a Agência Asia News, o Egito, um país predominantemente muçulmano acaba de legalizar 74 igrejas ou locais para culto dos cristãos.
Assim, chega-se ao total de 1.568 legalizações de edifícios eclesiais. Essas legalizações são parte de um total de 5.540 solicitações que vem sendo feitas desde agosto de 2016.

Legalizações passam da polícia para Governos provinciais

De acordo com as informações da Agencia Asia News, anteriormente, as permissões para a construção ou renovação de legalizações de locais de culto cristão deveriam passar pelo crivo das agências de inteligência e segurança do Estado egípcio que podiam facilmente negá-las.
Atualmente essas permissões são uma responsabilidade dos governadores provinciais. O processo de legalização de locais de culto cristão está menos complicado, porém, as normas continuam sendo discriminatórias porque não são aplicadas para os muçulmanos. [ Leia mais sobre as “legalizações” de Igrejas no Egito ]

Falta de “legalizações” gerou violências

Segundo a Asia News, a falta de permissões e legalizações no passado foi um foco de controvérsia que levou, em várias ocasiões, à violência, manipulada pela maioria muçulmana sunita.
Mesmo conseguindo a legalização, os cristãos tinham que se comprometer a construir igrejas sem torres ou sinos.
Entre 2016 e 2017, foram registrados graves ataques contra cristãos no país, como o ocorrido em dezembro de 2016 contra uma Catedral durante a realização de uma cerimônia religiosa, quando dezenas de pessoas morreram.

Governo tem como lema a liberdade religiosa

Atualmente, entre as autoridades que apoiam a lei de 2016 está o presidente do Egito que fez da liberdade religiosa e da defesa dos cristãos um dos lemas para o seu Governo.
No total, no Egito os cristãos formam uma minoria de aproximadamente 10% de uma população estimada em cerca de 95 milhões de habitantes. (JSG)