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Dominicano descreve o dia-a-dia de um convento no meio da guerra, em Kiev

Frei Tomasz Samulnik, dominicano polonês, descreve o dia-a-dia de um convento no centro de Kiev

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Redação (04/03/2022 11:50, Gaudium Press) O mosteiro dominicano da Mãe de Deus, situado perto do centro de Kiev vive condições difíceis com a guerra às suas portas.

O irmão Tomasz Samulnik contou sobre a vida cotidiana da comunidade de dominicanos face ao cenário de guerra.

“Eu me pergunto se estaremos vivos no dia seguinte”

“Todas as noites eu me pergunto se estaremos vivos no dia seguinte” afirmou o religioso em entrevista à agência Cath.ch.

O medo e o estresse aumentam por não saber qual será o próximo alvo dos ataques russos. Recentemente a torre de televisão de Kiev foi derrubada pelo bombardeio; torre que está há poucos metros do convento. 

O convento conta com cinco religiosos, 3 poloneses e 2 ucranianos, além de 15 outras pessoas que estão abrigadas ali.

Frei Tomasz explicou que o número de refugiados varia a cada dia, pois alguns decidem abandonar a cidade, outros preferem ficar, outros buscam um abrigo.

Em geral aqueles que estão nos bairros mais perigosos e que não possuem mais subsolo para se abrigar vem bater na porta do convento.

Tentativa de normalidade em meio à guerra

Apesar de toda a tensão desde o início da guerra, os religiosos tentam manter a normalidade nas atividades.

No dia 1º de março, quarta-feira de cinzas, Frei Tomasz foi celebrar a Missa para cerca de 40 pessoas em um convento das Irmãs da Caridade situado a 13 quilômetros de distância.

O religioso contou que o trajeto em si é perigoso e que teve que passar por vários pontos de controle do exército ucraniano.

Os militares ucranianos intensificam as vistorias e os controles porque temem a infiltração de separatistas pró-russos na cidade.

adoracao eucaristica

Toque de recolher e sirenes

Um toque de recolher acontece todos os dias das 20h até às 7h, porém mesmo os deslocamentos durante o dia são desaconselhados.

Combates noturnos acontecem todos os dias e sempre que tocam as sirenes de alarmes os refugiados descem para o subsolo do prédio.

O sacerdote também falou sobre a dificuldade em achar medicamentos pois as farmácias estão praticamente todas fechadas. Embora os mercados e lojas permaneçam abertos, as filas de espera são cada vez maiores.

Vida religiosa durante a guerra

Apesar de todo o perigo e o medo da guerra, a comunidade religiosa tem se empenhado em manter os dias carregados de oração.

A liturgia das Horas, as Missas, o Rosário e a adoração ao Santíssimo Sacramento fazem parte do dia a dia dentro do convento e ajudam a dar esperança e força aos fiéis ali presentes. (FM)

 Com informações Cath.ch

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