Domingo da Misericórdia e o apóstolo incrédulo
“Diga à humanidade sofredora que abrace Meu Coração misericordioso e Eu o encherei de paz”.
Redação (16/04/2023 11:04, Gaudium Press) Em situação de aflições e ansiedades como a que o mundo vive hoje, uma voz permanece como um farol: “Diga à humanidade sofredora que abrace Meu Coração misericordioso e Eu o encherei de paz”.
O segundo Domingo do período pascal é conhecido como o “Domingo da Divina Misericórdia”, por um decreto emitido pelo Papa João Paulo II na Páscoa de 2000:
“Por todo o mundo, o segundo Domingo da Páscoa irá receber o nome de Domingo da Divina Misericórdia, um convite perene para os cristãos do mundo enfrentarem, com confiança na divina benevolência, as dificuldades e desafios que a humanidade irá experimentar nos anos que virão” (Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Decreto de 23 de Maio de 2000).
Insondável e inescrutável misericórdia
Uma semana depois o Santo Padre canonizou, no Domingo da Divina Misericórdia, a Santa Maria Faustina Kowalska que foi objeto de Nosso Senhor Jesus Cristo para transmitir aos homens Seu amor misericordioso.
Dizia nosso Redentor a Santa Faustina: “Causam-me prazer as almas que recorrem à Minha misericórdia. A estas almas concedo graças que excedem os seus pedidos. Não posso castigar, mesmo o maior dos pecadores, se ele recorre à Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e inescrutável misericórdia”[1].
Apóstolo incrédulo
A liturgia deste domingo traz a figura do “apóstolo incrédulo”, São Tomé. Na primeira aparição de Jesus Ressuscitado aos apóstolos, São Tomé não estava entre eles: “Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus” (Jo 20, 24). Assim que o encontraram os apóstolos com alegria anunciaram-lhe a ressurreição do Mestre. No entanto, a atitude de São Tomé foi de obstinação e presunção:[2]
“Se não vir nas suas mãos a abertura dos cravos, se não meter a minha mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 20, 25).
Não podia São Tomé imaginar que estava dando a oportunidade ao Senhor da Misericórdia de mostrar-lhe quanto o amava. Uma semana após a primeira aparição, Nosso Senhor agiu com Tomé com extrema bondade, adiantando-se a ele, disse:
“Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos, aproxima também a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas fiel” (Jo 20, 27).
Diante de tamanha misericórdia, restou ao “incrédulo” proclamar, como um teólogo, a humanidade e a divindade de Nosso Senhor: “Meu Senhor e meu Deus” (Jo 20, 28).
Que toda alma glorifique a Minha bondade
Toda a humanidade é convidada a beneficiar-se desta fonte infinita e inconcebível de misericórdia:
“Que toda alma glorifique a Minha bondade. Desejo a confiança das Minhas criaturas; exorta as almas a uma grande confiança na Minha inconcebível misericórdia. Que a alma fraca, pecadora, não tenha medo de se aproximar de Mim, pois, mesmo que os seus pecados fossem mais numerosos que os grãos de areia da Terra, ainda assim seriam submersos no abismo da minha misericórdia”.[3]
Confiança na Misericórdia
Procuremos viver na confiança desta misericórdia e divulgar quanto nos for possível esta devoção:
“Desejo que os sacerdotes anunciem essa Minha grande misericórdia para com as almas pecadoras. Que o pecador não tenha medo de se aproximar de Mim. Queimam-me as chamas da misericórdia; quero derramá-las sobre as almas”.[4]
[1] SÁ, Eliana. Divina Misericórdia: Mensagem para cada dia. São Paulo: Editora Canção Nova, 2008, p. 20.
[2] Cf. Dias, João S. Clá. O inédito sobre os Evangelhos. v. 5 Roma: Editrice Vaticana, 2012, p. 292.
[3] SÁ. Op. Cit., p. 17.
[4] Comunidade Canção Nova. Devocionário à Divina Misericórdia. São Paulo: Editora Canção Nova, 2001, p. 49.
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