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Devemos ser misericordiosos para vivermos a fé por inteiro, diz Papa

Jesus ressuscitado aparece aos discípulos; conforta os seus corações desanimados, realiza a “ressurreição dos discípulos”; que, levantados por Jesus, mudam de vida.

Jesus ressuscitado aparece aos discípulos; conforta os seus corações desanimados, realiza a “ressurreição dos discípulos”; que, levantados por Jesus, mudam de vida.

Cidade do Vaticano (12/04/2021, 12:05, Gaudium Press) Neste II Domingo de Páscoa, Domingo da Misericórdia, o Papa Francisco presidiu a celebração eucarística na Igreja do Santo Espírito, em Sassia, localizada nas proximidades do Vaticano e que é o Santuário da Divina Misericórdia.

A celebração foi retransmitida online e teve uma presença restrita de fiéis, segundo sempre as normas estabelecidas pelas autoridades sanitárias contra a Covid-19.

Algo novo acontece aos discípulos: Jesus os levanta com a misericórdia; eles tornam-se misericordiosos

Em sua homilia, o Papa Francisco recordou que “Jesus ressuscitado aparece aos discípulos várias vezes; com paciência, conforta os seus corações desanimados. E assim, depois da sua ressurreição, realiza a “ressurreição dos discípulos”; e, soerguidos por Jesus, mudam de vida”.

O Papa recorda que “Antes, inúmeras palavras e tantos exemplos do Senhor não conseguiram transformá-los; mas agora, na Páscoa, algo de novo se verifica; e acontece sob o signo da misericórdia: Jesus os levanta com a misericórdia; eles, obtendo misericórdia, tornam-se misericordiosos”.

Os discípulos obtêm a misericórdia de Jesus por três dons: a paz, o perdão no Espírito e as chagas

Segundo as palavras de Francisco na homilia, os discípulos obtêm a misericórdia mediante três dons: Jesus oferece-lhes a paz, depois o Espírito e, por fim, as chagas.

A paz do coração

O Pontífice afirma em sua homilia que, em primeiro lugar, Jesus dá-lhes a paz:

“Os discípulos estavam angustiados. Fecharam-se em casa assustados, com medo de serem presos e acabarem como o Mestre. Mas não estavam fechados só em casa; estavam fechados também nos seus remorsos: tinham abandonado e renegado Jesus; sentiam-se incapazes, inúteis e falhos. Chega Jesus e repete duas vezes: ‘A paz esteja com vocês!’”.

Francisco acrescentou em sua reflexão que que Jesus “Não traz uma paz que, de fora, elimina os problemas, mas uma paz que infunde confiança dentro.
Não uma paz exterior, mas a paz do coração. Aqueles discípulos desanimados recuperam a paz consigo mesmos. ”

Para o Papa, “ A paz de Jesus suscita a missão. Não é tranquilidade, nem comodidade; é sair de si mesmo. A paz de Jesus liberta dos fechamentos que paralisam, quebra as correntes que mantêm o coração prisioneiro”.  
“Os discípulos sentem-se cumulados de misericórdia”

O perdão no Espírito Santo: a confissão, o sacramento do perdão

Jesus usa de misericórdia com os discípulos, explica Francisco, oferecendo-lhes o Espírito Santo. Jesus dá aos discípulos a remissão dos pecados.

“Temos sempre diante de nós o nosso pecado. Sozinhos, não podemos cancelá-lo. Só Deus o elimina; só Ele, com a sua misericórdia, nos faz sair das nossas misérias mais profundas. Como aqueles discípulos, precisamos de nos deixar perdoar. O perdão no Espírito Santo é o dom pascal para ressuscitar interiormente”, afirmou o Papa Francisco em sua homilia.

Francisco recomendou aos fiéis:

“Peçamos a graça de o acolher, de abraçar o Sacramento do perdão; e de compreender que, no centro da Confissão, não estamos nós com os nossos pecados, mas Deus com a sua misericórdia.

Não nos confessamos para nos deprimir, mas para fazer-nos levantar. Todos precisamos disso. Caímos com frequência e a mão do Pai está pronta a pôr-nos de pé e fazer-nos caminhar.

Esta mão segura e confiável é a Confissão.

É o Sacramento que nos levanta, não nos deixando caídos, chorando no chão de nossas quedas. É o Sacramento da ressurreição, é pura misericórdia”.

As chagas derramam misericórdia sobre as nossas misérias

Depois da paz que reabilita e do perdão que levanta, eis o terceiro dom com que Jesus usa de misericórdia com os discípulos: ele lhes apresenta-lhes as chagas.

“As chagas são canais abertos entre Ele e nós, que derramam misericórdia sobre as nossas misérias. São os caminhos que Deus nos patenteou para entrarmos na sua ternura e tocar com a mão quem é Ele. E deixarmos de duvidar da sua misericórdia.

Adorando, beijando as suas chagas, descobrimos que cada uma das nossas fraquezas é acolhida na sua ternura.

Tudo nasce da graça de obter misericórdia.

Se, pelo contrário, nos apoiamos nas nossas capacidades, na eficiência das nossas estruturas e dos nossos projetos, não iremos longe. (JSG)

(Com informações e foto Vatican News)

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