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Da África à Ásia cresce o número vocações sacerdotais

O florescimento de vocações sacerdotais na África, Ásia, Oceania, América Latina é um dado constante registrado nos últimos anos: sacerdotes africanos sustentam e revigoram Igrejas europeias.

O florescimento de vocações sacerdotais na África, Ásia, Oceania, América Latina é um dado constante registrado nos últimos anos: sacerdotes africanos sustentam e revigoram Igrejas europeias.

Redação (30/04/2021, 16:07, Gaudium PressDe acordo com uma reportagem publicada pelo “L’Osservatore Romano”, em meio à crise criada pela pandemia do coronavírus, em muitas Igrejas da Ásia, África, América Latina e Oceania há um verdadeiro “boom” de vocações para o sacerdócio e de jovens que pedem para entrar nos seminários e seguir uma vida consagrada.

Um fenômeno que chega a vários continentes

Na América Latina, a Venezuela conta com 804 seminaristas, entre os jovens que estão na fase propedêutica ou estudando filosofia e teologia, nos 21 seminários existentes no país sul-americano.

No outro lado do mundo, em Papua Nova Guiné e no arquipélago das Ilhas Salomão 286 jovens de ilhas remotas do Pacífico enfrentam longas viagens em barcos improvisados a fim de pedir para iniciarem o processo de sua formação para o sacerdócio.

Bangladesh, uma nação de grande maioria muçulmana, onde os católicos não passam de 500 mil entre mais em um país de 165 milhões de habitantes, no ano em que a pandemia eclodiu (2020) foi um ano recorde para as ordenações presbiterais: vinte e seis padres católicos foram ordenados naquele país asiático.

Florescimento de vocações na África, um dado constante

Na África, o florescimento de vocações sacerdotais tem sido um dado registrado constantemente nos últimos anos.

E isto é tanto assim que, em nível global, tem sido notado o que se denominou de “circularidade missionária”, ou seja, hoje, o dom dos sacerdotes africanos que vão surgindo, sustenta e revigora as Igrejas europeias.

O que faz com que seja superada definitivamente a distinção geográfica entre “Igrejas que enviam” e “Igrejas que recebem”.

Entre os muitos exemplos que se poderia citar, destaca-se o da Igreja católica na Tanzânia: Os cinco seminários maiores existentes no país ficaram saturados.

A solução foi inaugurar no último mês de dezembro um novo seminário maior, o Seminário Maior Nazaré, em Kahama, que já conta 106 estudantes inscritos no primeiro ano e deve chegar a 480 seminaristas em três anos.

O testemunho evangélico de tantas pessoas consagradas

Quando o Papa Paulo VI participou do encerramento do Simpósio dos Bispos da África, em 31 de julho de 1969, em Campala, capital de Uganda, ele afirmou: “Vocês, africanos, são agora seus próprios missionários. A Igreja de Cristo está verdadeiramente plantada nesta terra abençoada”.

Hoje, passados mais de cinquenta anos, a declaração do Papa tornou-se uma realidade.

O florescimento vocacional da Igreja africana, no continente africano e no contexto da Igreja no mundo inteiro, tem sido constatado há anos, mesmo que acompanhada de estudos sobre as razões subjacentes ao aumento das vocações que, além de ser um fato oriundo da fé, toca âmbitos de caráter social e antropológico.

O testemunho evangélico dos consagrados contagia e encoraja a fazer escolhas radicais de vida

O padre Elias Essognimam Sindjalim, sacerdote togolês, secretário geral da formação dos missionários combonianos explicou para a Agência Fides que “Os jovens africanos que desejam tornar-se padres católicos vêm de Igrejas onde o testemunho evangélico de tantas pessoas consagradas os encoraja a fazer escolhas radicais de vida”.

“Creio –continuou o sacerdote– que o verdadeiro húmus para as vocações é a vivacidade e a vitalidade das Igrejas africanas locais que acompanham os jovens num caminho de crescimento em sua fé. Mesmo que o desejo de fugir da pobreza possa existir em alguns candidatos, ele é purificado no longo percurso formativo que se prevê até a ordenação sacerdotal. Onde há uma vida de fé –observa–, o Espírito é à obra, e somente um jovem imerso nesta vida de fé pode ouvir a voz de Deus chamando-o a colocar-se num caminho vocacional.”

Atração Vocacional no contexto asiático e o papel da família na experiência dos verbitas

O padre indiano Pushpa Anbu Augustine, secretário geral de formação da Sociedade do Verbo Divino para a Ásia, concorda que a dinâmica da “atração” é essencial na comunicação da fé cristã.

Os missionários verbitas estão radicados no continente asiático, onde, no total, registram 681 estudantes e 283 noviços no processo de formação para o sacerdócio, em cerca de 20 nações da Ásia-Pacífico.

Segundo afirma o Padre Augustine: “Mesmo neste tempo de pandemia, missionários e sacerdotes estão nas periferias servindo os últimos, os marginalizados, e através de seu compromisso colocam os últimos em primeiro lugar, em nome de Cristo e seu Evangelho. Quando os jovens veem esses missionários, são atraídos por eles e sentem o desejo de se juntar a eles”, observa padre Augustine.

Mas o secretário geral de formação dos verbitas para a Ásia indica outro fator no contexto asiático que também é importante:

“As famílias são muito próximas. Uma parte importante da formação da fé já ocorre nas famílias, onde os pais consideram seus filhos um presente de Deus. As famílias educam as crianças num senso de responsabilidade para consigo mesmas e para com os outros. Desta forma, aprendem a escolher livremente o caminho de suas próprias vidas, apoiados e encorajados por suas famílias de origem. No contexto de uma cultura consumista e utilitarista, permanece viva na Ásia uma dimensão espiritual e a vida religiosa ainda atrai os jovens”.

(Fonte L’Osservatore Romano – Foto Vatican Media)

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