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Contemplando Jesus Flagelado, Santa Teresa converteu-se definitivamente

A vida de Santa Teresa é impressionante! Ela tinha visões místicas, levitava, espantava os demônios, amou a Deus de todo coração. Mas nem sempre foi assim…

 

A vida de Santa Teresa é impressionante! Ela tinha visões místicas, levitava, espantava os demônios, amou a Deus de todo coração. Mas nem sempre foi assim…

Redação (13/03/2021, 14:30, Gaudium Press) A grande Santa Teresa D’Ávila conta em sua biografia que, durante muito tempo, já sendo religiosa, viveu uma vida afastada de Deus, numa grande tibieza, indiferente a Jesus.

As monjas iam muito ao locutório, recebiam visitas de parentes e conversavam longamente…

Naquele tempo, ainda antes da Reforma do Carmelo, era muito comum as monjas, que eram enclausuradas, passarem muito tempo nos locutórios. Ali elas recebiam visitas e passavam, por vezes, horas conversando com as pessoas de fora do Mosteiro.
Eram familiares ou amigos que visitavam as irmãs e, como recorda Santa Teresa, as conversas que aconteciam, muitas vezes, eram fúteis e até inadequadas.

E isto era um fato muito comum em todos os Mosteiros Carmelitas da época e, pelo fato de ela estar doente e impedida de realizar algumas tarefas no convento, ela justificava para si mesma sua atitude como sendo uma forma legítima de passar seu tempo.
Um dia, porém, o confessor de Teresa, a orientou a procurar rezar mais e a tentar passar um tempo sem participar das visitas. Foi na aceitação e cumprimento dessa orientação que algo extraordinário aconteceu.

Uma experiência mística com Jesus Flagelado levou Santa Teresa à conversão de uma vez por todas
Certo dia, estando Santa Teresa em oração, enquanto contemplava uma imagem de Jesus Flagelado, a Santa perguntou a Jesus:
“Senhor, quem Vos colocou ai”?

Ela ouviu, então, uma voz em seu coração que dizia:
“Foram as tuias conversas no locutório que me puseram aqui, Teresa”.
Irmã Teresa caiu em prantos e decidiu que não perderia mais tempo com o que não valia a pena!

Santa Teresa considera este momento como um divisor de águas na sua vida. Uma experiência mística que lhe levou a decidir-se pela conversão real e completa, de uma vez por todas.
A Santa reformadora do Carmelo decidiu não mais não mais participar das visitas no locutório e empregar seu tempo em oração, procurando amar e relacionar-se mais com Deus, ao invés de relaciona-se com os homens.

A Oração é uma joia que foi dada a todos nós: “É através da Oração que conversamos com Deus”

“Por que não será lícito reconhecer, ver e considerar que muitas vezes costumamos falar das vaidades do mundo e agora, me concedeu o Senhor, na vida religiosa, que eu queira falar somente d’Ele? ”, pergunta Teresa.

E a própria Santa responde:
“É através da Oração que conversamos com Deus. E a Oração é uma joia que nos foi dada, e que, portanto, todos nós a possuímos e devemos usá-la por que forçosamente ela nos convida a amar. ”

“E raciocinando assim –explica Teresa- é fácil compreender, que o nosso amor a Deus que cultivamos através da oração, se expresse e se concretize através da nossa prece rezada com atenção, com mais amor e na humildade”.

“Compreendi tudo ouvindo estas palavras: ‘Já não quero que tenhas conversações com homens, senão com Anjos’”

A Santa explica sua tão radical mudança:
“Compreendi tudo, ouvindo estas palavras: ‘Já não quero que tenhas conversações com homens, senão com Anjos’.
A mim isto me causou muito espanto, porque o movimento da alma foi grande e em espírito me foram ditas estas palavras e por isso me atemorizei, embora, por outra parte, me desse grande consolo”.

Só posso construir amizades com quem percebo que têm Deus e que procuram servi-Lo

Para Santa Teresa, as palavras de Jesus se cumpriram muito bem, “pois nunca mais tenho podido construir amizades, nem ter consolação, nem amor particular, senão com as pessoas que percebo que têm Deus e aqueles que procuram servi-Lo”.

Se não compreendo isto, –destaca a Santa– é para mim uma cruz penosa tratar com alguém. Nem tenho vontade de fazer isso, mesmo que sejam parentes ou amigos. Este é, sem dúvida, o meu parecer”.

Deixei tudo por Deus, não foi necessário que Ele me ordenasse outra vez

“Desde aquele dia fiquei tão fervorosa em deixar tudo por DEUS, que não foi necessário que Ele me ordenasse outra vez“.

“Vi claramente que em muitas daquelas visitas, embora eu de fato estivesse muito enferma, era a tentação do demônio que estimulava a minha frouxidão. Desde que não ando com tantos cuidados e não sou tão mimada, tenho muito mais saúde e mais disposição para compreender e ver a realidade”. (JSG) 

 

(Redação Gaudium Press, fonte e foto ChurchPop)

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