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Conselhos de São Francisco de Sales para usuários de redes sociais

Estados Unidos – Washington (Segunda-feira, 27-01-2020, Gaudium Press) Pode um Santo do século XVI guiar os católicos em matérias tão recentes como o uso das redes sociais? Para o redator Philip Kosloski da plataforma católica Aleteia, a resposta é um sim rotundo. Ainda que as formas de comunicação tenham mudado nos últimos anos -e radicalmente graças aos avanços da técnica- a alma humana, suas limitações e necessidades seguem inalterados e se expressam às vezes lamentavelmente no anonimato das redes em aspectos como a difamação, a murmuração ou o juízo temerário de outros. “São Francisco de Sales, ainda que tenha vivido no século XVI, escreveu uma profunda obra espiritual intitulada ‘Introdução à Vida Devota que contêm uma grande quantidade de sabedoria que ainda se pode aplicar hoje, no século XXI”, expôs o redator.

São Francisco de Sales, ainda que tenha vivido no século XVI, escreveu uma profunda obra espiritual intitulada ‘Introdução à Vida Devota que contêm uma grande quantidade de sabedoria que ainda se pode aplicar hoje, no século XXI.
São Francisco de Sales, ainda que tenha vivido no século XVI, escreveu uma profunda obra espiritual intitulada ‘Introdução à Vida Devota que contêm uma grande quantidade de sabedoria que ainda se pode aplicar hoje, no século XXI.

Um dos princípios postos como exemplo por Kosloski é a frase do Santo: “Não declare um homem bêbado, embora você possa vê-lo bêbado ou adúltero, porque você sabe que ele pecou; um único ato não o rotulará para sempre”. O Santo tomou das Sagradas Escrituras exemplos de grandes figuras que cometeram erros mas demonstraram superá-los de maneira exemplar, como São Paulo, a quem se poderia ter acusado de sanguinário ou blasfemo por sua perseguição aos cristãos antes de sua conversão. “Que segurança temos de que o que ontem foi pecador é o mesmo hoje?”, questionou São Francisco de Sales.

Esta tendência a julgar, às vezes com o fundamento de uma única publicação, é frequente nas redes sociais, quando os usuários expressam conclusões imediatas. “Todos cometemos erros e, às vezes, o que publicamos dará uma imagem negativa de quem somos. No entanto, não podemos emitir um juízo baseado no que vemos nas redes sociais”, convidou Kosloski. Em seu lugar propôs outro conselho do Santo francês: “Quando ouvir o mal de alguém, jogue qualquer dúvida que puder sobre a acusação; ou, se isso for impossível, disponibilize uma desculpa ao culpado; e inclusive quando isso não for possível, seja compassivo e lembre àqueles com quem você está falando que os que se mantêm erguidos o fazem somente através da Graça de Deus”.

“Não nos serve de nada assinalar com o dedo a outra pessoa, quando não temos feito nenhum esforço para corrigir as falhas em nossas próprias vidas”, recordou o redator. “Não podemos ver o coração de outra pessoa, mas podemos nos ver dentro de nosso próprio coração”. Outros conselhos úteis de São Francisco de Sales envolvem o estilo pessoal de comunicação que não somente permitiriam um bom uso das redes sociais, mas que terão um bom impacto sobre a própria imagem. “Deixe que suas palavras sejam amáveis, francas, sinceras, diretas, simples e verdadeiras; evite todo artifício, duplicidade e simulação, recordando que, ainda que nem sempre é bom publicar tudo o que pode ser certo, nunca pode opôr-se à verdade”, aconselhou o Santo Bispo. “Converta em uma regra nunca dizer conscientemente o que não é estritamente certo, seja acusando ou desculpando, sempre recordando que Deus é o Deus da Verdade”.

“Quando for necessário contradizer alguém ou afirmar a própria opinião, deve fazer-se com gentileza e consideração, sem irritação nem veemência”, propôs o Santo. “De fato, não ganhamos nada pela agudeza ou petulância”. Pode ser evidente para muitos leitores a diferença que marcaria a aplicação deste conselho nas redes sociais especialmente marcadas pela confrontação e o debate. Finalmente, o Santo propôs recordar a importância do silêncio para aumentar a qualidade da comunicação, especialmente valioso em uma era de ruído. “O silêncio, tão elogiado pelos sábios da antiguidade, não se refere tanto ao uso literal de poucas palavras, como a não usar muitas palavras inúteis”, esclareceu São Francisco de Sales. “Neste sentido, devemos olhar menos a quantidade que a qualidade e, como me parece, nosso objetivo deve ser evitar ambos extremos”. (EPC)

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