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Conheça Gregório Taumaturgo, santo dos milagres portentosos e inexplicáveis

São Gregório Taumaturgo: expulsava demônios e convertia multidões; fez uma montanha se mover, secou uma lagoa, deteve inundações; santificou-se.

São Gregório Taumaturgo: expulsava demônios e convertia multidões; fez uma montanha se mover, secou uma lagoa, deteve inundações; santificou-se.

Redação (23/11/2020,  15:17 Gaudium Press) Um jovem cujos pais eram nobres e ricos, mas pagãos, terminara com brilho um curso de Direito Romano. Certo dia, ele dirigiu-se à cidade de Cesareia da Palestina, onde conheceu Orígenes e tornou-se seu discípulo.

Bispo de uma cidade onde havia apenas 17 cristãos

Depois de cinco anos de formação católica, ele foi batizado e recebeu o nome de Gregório. Voltou para Neocesareia – atual Niksar, na Turquia –, onde nascera em 213, deixou tudo o que possuía e mudou-se para um local campestre isolado, a fim de viver em oração.

Conhecendo suas altas virtudes, um arcebispo ordenou que ele voltasse; foi, então, ordenado padre e, logo depois, Bispo de Neocesareia, onde predominava o paganismo e havia apenas 17 cristãos.

Tendo recebido de Deus o dom de ser grande exorcista, expulsava os demônios dos ídolos e dos habitantes dos locais onde passava. Pelo seu intenso e fecundo apostolado, converteu multidões à Santa Igreja Católica.

Realizou também portentosos milagres, entre os quais destacamos os seguintes:

Fez com que uma montanha se movesse de um lugar para outro, a fim de possibilitar a construção de uma igreja. Secou uma lagoa a fim de dirimir grave discórdia entre dois irmãos. Deteve a inundação de um rio que devastava os campos, introduzindo nas águas seu bastão, o qual imediatamente criou raízes e se transformou numa grande árvore, constituindo um limite que o rio nunca mais excedeu.

Progrediu muito nas virtudes e santificou-se; realizou fatos tão portentosos pelo poder de Deus que lhe foi acrescentado o cognome Taumaturgo, isto é, fazedor de milagres.

A Igreja é divina

A respeito de São Gregório Taumaturgo, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira teceu os comentários que a seguir sintetizamos.

Era “um homem que parece ter sido escolhido para mostrar que todos os dons de milagres do Antigo Testamento e da Igreja primitiva ainda se conservavam no século III, em que ele viveu.

“O que esses milagres têm de interessante é que nenhum deles pode-se explicar pela sugestão. Posso compreender que um maluco diga que uma cura em Lourdes foi feita por sugestão. Mas nenhum doido pode dizer que uma montanha ficou sugestionada, e por isso mudou de lugar; ou que um lago secou por uma sugestão.

“Alguém objetaria: ‘Ele sugestionou as pessoas que os viram.’

“A sugestão não dura a vida inteira. Está um monte aqui, que se move para lá. É uma sugestão das pessoas que viram; quando passa a sugestão, onde se encontra o monte? O monte deveria ter voltado para o lugar anterior…

“O lago estava cheio e, por um fenômeno de sugestão, as pessoas tiveram a impressão de que ele secou. Mas se assim fosse, quando passasse essa impressão, o lago deveria estar cheio de novo…

“Depois, aquele crescimento imediato de uma árvore porque ele colocou o bastão dentro da água. Terminada a impressão, as pessoas deveriam ver o bastão e não a árvore. Ora, viram uma árvore crescer imediatamente, a ponto de mudar o curso de um rio…

“Portanto, são milagres categóricos, incontestáveis. A Providência deu a este Santo esse dom de milagres para que assim se compreenda como a Igreja é divina. […]

Necessidades de nossa vida espiritual

Há ainda outras razões:

“Primeiro, uma montanha que precisava ir embora, para ele poder ter um lugar cômodo a fim de construir uma igreja. Foi um prodígio enorme, feito por ocasião de um pedido não muito importante. Porque, afinal de contas, se não se pode edificar uma igreja aqui, constrói-se lá. Não é irremediável que uma montanha esteja atrapalhando a construção de uma igreja…

“Por que a Providência deu a ele a graça de operar esse milagre, a propósito de uma coisa que parece não ser de primeira importância? “É para mostrar como Deus é paterno, como a Providência é materna para conosco. Os milagres não se operam somente quando estamos com angústia, presos pela ‘garganta’ pelas maiores tragédias. Mas Deus é Pai, Nossa Senhora é Mãe, e nos dão graças muito grandes, com uma liberalidade magnífica, mesmo quando não nos encontramos na última aflição.

“O ‘Livro da Confiança’  insiste neste ponto: é preciso pedir muito e com insistência, mesmo coisas que não sejam muito importantes, e ser-nos-ão concedidas. […]

“Outro milagre: dois irmãos estavam brigando por causa de uma lagoa, e ele a secou. É uma espécie de malicioso castigo para os irmãos. ‘Vocês estão se estraçalhando pela posse dessa lagoa? Pois bem, ela se tornará seca e não ficará com ninguém!’

“Provavelmente, se ele passasse uma boa descompostura nos irmãos, resolveria a contenda da mesma maneira; é um episódio íntimo, uma briguinha de família que não tem nada de mais trágico. Entretanto, foi feito o milagre para solucionar o caso.

“O terceiro milagre era para evitar as inundações de um rio. Também é uma coisa que a humanidade poderia continuar a existir se esse rio transbordasse.

“Isso nos deve conduzir à ideia de que, se para bagatelas dessas um Santo pode ser atendido, podemos ser acolhidos também quando pedimos coisas muito mais importantes. Porque quem faz o mais, faz o menos. E se é mais extraordinário fazer um milagre por uma bagatela, é menos extraordinário realizá-lo para uma coisa que não seja bagatela.

“Portanto, pelas necessidades da nossa vida espiritual, quantas montanhas devem ser removidas, quantas lagoas têm que ser secadas, quantas inundações que transbordam e precisam ser remediadas! E com quanta confiança devemos, portanto, nos dirigir a Nossa Senhora pedindo a Ela esses favores!”

Fogo irrompe no interior de um templo pagão

Outro fato que ajudou para a conversão do povo foi o ocorrido no maior templo pagão da cidade, o qual estava abarrotado de gente. Em determinado momento, todos se puseram a dançar e começaram a gritar: “Júpiter, vinde em nosso auxílio!”

Informado sobre o que se passava, São Gregório declarou que logo receberiam o que mereciam. Em seguida, uma espécie de fogo irrompeu no interior do templo e os idólatras se puseram a correr para fora, gritando de dor. O fogo se expandiu pelas casas e muitas pessoas morreram.

Os pagãos pediram, então, a intercessão do Santo para que os livrasse daquele flagelo. Ele extinguiu o fogo e todos se converteram à verdadeira Religião.

São Gregório Taumaturgo entregou sua alma a Deus no ano 270. Pouco antes de falecer, ele perguntou quantos pagãos existiam em Neocesareia; responderam-lhe que havia 17.

O Santo, então, afirmou: “Demos graças a Deus, pois quando me tornei bispo dessa cidade apenas 17 cristãos aqui viviam.”

 

Por Paulo Francisco Martos

(in “Noções de História da Igreja” – 32)

 

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1 – De autoria do Padre Thomas de Saint-Laurent.

2 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. São Gregório Taumaturgo. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XVII, n. 200 (novembro 2 – 014), p. 30-31.

3 – Cf. ROHRBACHER, René-François. Vida dos Santos. São Paulo: Editora das Américas. 1959, v. XX, p. 55-72; DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église. Paris : Louis Vivès. 1889, v. VIII, p. 76-79.

 

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