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Comemoração de todos os fiéis defuntos: origem e indulgência plenária

No dia 2 de novembro, quando a Igreja comemora o dia de finados, os fiéis católicos que visitarem piedosamente uma igreja, um oratório ou um cemitério podem aplicar indulgência plenária às almas do purgatório.

Celebração de uma Missa em sufrágio pelas almas do purgatório, por Bernardo Despuig e Jaime Cirera - Museu Nacional de Arte de Catalunha, Barcelona (Espanha). Foto: Francisco Lecaros

Celebração de uma Missa em sufrágio pelas almas do purgatório, por Bernardo Despuig e Jaime Cirera – Museu Nacional de Arte de Catalunha, Barcelona (Espanha). Foto: Francisco Lecaros

Redação (01/11/2023 18:37, Gaudium Press) No dia 2 de novembro, a Igreja se lembra de modo especial dos fiéis defuntos, dirigindo seu maternal desvelo para aqueles que sofrem no Purgatório e clamam com o salmista: “Tirai-me desta prisão, para que possa agradecer ao vosso nome. Os justos virão rodear-me, quando me tiverdes feito este benefício” (Sl 141, 8).

Origem d comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

A origem desta celebração está na famosa abadia de Cluny, quando seu quinto Abade, Santo Odilon, instituiu no calendário litúrgico cluniacense a “Festa dos Mortos”, dando especial oportunidade a seus monges de interceder pelos defuntos, ajudando-os a alcançarem a bem-aventurança eterna.

A partir de Cluny, essa comemoração foi-se estendendo entre os fiéis até ser incluída no Calendário Litúrgico da Igreja, tornando- se uma devoção habitual, em todo o mundo católico.

No século XX, durante a Grande Guerra, milhares de pessoas estavam morrendo nos campos de batalha, e como a sombra da morte pairava sobre toda a humanidade, o Papa Bento XV emitiu um decreto para que os sacerdotes de todo o mundo rezassem três missas no dia 2 de novembro por todos os fiéis defuntos.

Talvez o leitor, como milhares de outros fiéis, tenha o costume de visitar o cemitério nesse dia, para recordar os familiares e amigos falecidos, e por eles orar. Muitos cristãos, porém, não prestam ouvidos aos apelos de seu coração, que os move a sentir saudades de seus entes queridos e a aliviá-los com uma prece. Talvez por falta de cultura religiosa, ou por falta de alguém que as incentive ou oriente, muitas pessoas nem veem a necessidade de rezar pelas almas dos falecidos; para outras, a existência do Purgatório causa estranheza e antipatia.

Mas por amor às almas que esperam ver-se livres de suas manchas para entrarem no Paraíso, quanto para estimular em nós a caridade para com esses irmãos necessitados, a Santa Igreja coloca maternalmente à nossa disposição as indulgências.

O que é indulgência?

Segundo a Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina de Paulo VI:

Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos. A indulgência plenária só pode ser adquirida uma vez por dia.

Para adquirir a indulgência plenária é preciso fazer uma obra enriquecida de indulgência e preencher as seguintes três condições: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice. Requer-se além disso rejeitar todo o apego ao pecado, qualquer que seja, mesmo venial. Se falta essa plena disposição ou não se cumprem as supramencionadas condições.

As três condições podem ser preenchidas em dias diversos, antes ou após a realização da obra prescrita; mas convém que a comunhão e a oração nas intenções do Pontífice se façam no mesmo dia em que se faz a obra.

Com uma só confissão sacramental, podem adquirir-se várias indulgências plenárias, mas para cada indulgência plenária é necessária uma comunhão e as orações nas intenções do Sumo Pontífice.

A condição da oração nas intenções do Sumo Pontífice pode ser plenamente cumprida recitando em suas intenções um Pai-nosso e Ave-Maria; mas é facultado a todos os fiéis recitarem qualquer outra oração conforme sua piedade e devoção para com o Pontífice Romano.

Desse modo, aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos – para a alma de um ente querido, familiar e amigo que já faleceu – concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, nas condições acima mencionadas.

Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semi-públicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar um Pai-Nosso e Credo, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).

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