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China pune sacerdote por não se registrar na Associação Patriótica

Apesar do acordo sino-vaticano, o governo chinês quer assumir o controle total da Igreja Católica no país.

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Redação (12/09/2023 09:48, Gaudium Press) O site de notícias Asia News relatou a história do que aconteceu com o Pe. Yang Xiaoming, de apenas 32 anos.

Xiaoming, de nome cristão José, foi ordenado sacerdote em 18 de dezembro de 2020, por Dom Pietro Shao Zhuming, então bispo “clandestino” da diocese de Wenzhou. Este bispo foi preso várias vezes por não querer se registrar na chamada Associação Patriótica, uma entidade para católicos sob o controle do governo comunista.

Padre José também não quis registrar, segundo a sua consciência. Por essa razão, em 11 de maio de 2021, o departamento chinês para assuntos religiosos abriu um processo contra ele, que finalmente o declarou culpado de “realizar atividades religiosas mediante engano ou obter dinheiro mediante engano, fazendo-se passar por clérigo religioso”, indicando assim que o Estado chinês só reconhece como clérigo aqueles que se registram em órgãos oficiais comunistas.

Como penalidade por esses delitos, o Pe. José foi sujeito a uma multa de cerca de U$ 4.000. O sacerdote entrou com recurso judicial.

O sacerdote argumentou que esta penalização viola o código do direito canônico católico, ao considerar falsa uma ordenação feita por um bispo legítimo da Igreja. “A aquisição de qualificações para o pessoal religioso deve ser uma questão interna de cada comunidade religiosa, que goza de plena liberdade nesse sentido”, argumentou o sacerdote. “De acordo com o moderno princípio internacional de separação entre Igreja e Estado, o governo não deveria intervir nos assuntos internos das religiões”.

Fontes chinesas disseram ao Asia News que “é intrigante o fato de o Pe. Yang ser condenado por um tribunal sob a alegação de não ser um sacerdote credenciado pela Associação Patriótica, mas apenas pela diocese católica de Wenzhou. Trata-se de uma verdadeira perseguição política e de uma clara violação da liberdade religiosa e das convenções internacionais. Pedimos àqueles que se preocupam com a promoção dos direitos humanos e da liberdade religiosa que rezem pela Igreja na China em seu sofrimento, que peçam ao Senhor que cuide de nós e nos ajude”.

Esta medida se enquadra inteiramente na política de sinicização das religiões, que na opinião de vários analistas, nada mais é do que submeter as religiões aos princípios do socialismo chinês e estabelecer total autonomia contra qualquer interferência religiosa estrangeira.

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