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Católicos de Essen perguntam a Roma se a Igreja Alemã está em cisma

Os três católicos de Essen que apresentam o “dubium” pertencem a ministérios laicais.

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Redação (11/06/2021 14:51, Gaudium Press) É mais um ato simbólico, como os próprios autores reconhecem, mas de elevado simbolismo.

Hoje, Acidigital informou que três católicos da diocese alemã de Essen haviam enviado um “dubium” (dúvida) à Congregação para a Doutrina da Fé.

O envio dessa dúvida evidentemente traz à mente o Responsum ad dubium emitido por essa Congregação em março passado, quando o dicastério do Vaticano respondeu que a Igreja não tem autoridade para abençoar uniões do mesmo sexo.

A “questão” levantada por três católicos de Essen é se a Igreja na Alemanha está em cisma; apenas isso, pois na jurisdição de Essen, o bispo apoia abertamente as bênçãos negadas pelo Vaticano.

“Grande preocupação com a unidade”

O que motivou esses católicos a dirigirem-se à Doutrina da Fé? “Uma grande preocupação com a unidade”, responde André Wichmann, que junto com outras duas pessoas apresentaram o dubium. “Do meu ponto de vista, a divisão já aconteceu”, afirmou, aludindo aos pedidos de ordenação de mulheres, bênçãos de uniões homossexuais, leigos pregando em missas, etc. Wichmann sublinha que tanto ele quanto os dois cossignatários da dúvida são pessoas que “estiveram envolvidas na vida comunitária em vários ministérios por muitos anos”.

Para os três signatários, o processo de separação da Igreja Alemã “já dura muitos anos”, e polarizou as congregações locais. “Nem sempre foi fácil professar o Catecismo da Igreja Católica. Nem sempre foi fácil defender uma liturgia celebrada de acordo com os livros da Igreja”, acrescentou, manifestando a pressão que receberam em sentido contrário.

Eles sabem que “não têm direito a uma resposta” da Congregação Romana, mas queriam direcionar a dúvida como um gesto simbólico. No entanto, “aguardamos muito uma resposta de Roma, também para eliminar as dúvidas de muitos fiéis e, assim, promover a confiança”, declarou.

Temas que definem a Igreja Universal

Sobre o Caminho sinodal alemão, Wichmann alertou sobre o risco de se criar uma “polarização e divisão” mais nítidas. “As discussões aqui, na Igreja Católica na Alemanha, acontecem separadamente da Igreja Universal. Muitas das questões levantadas devem ser decididas na Igreja Universal, com base no Magistério”, enfatizou.

“Ao lidar com questões que contradizem o Magistério e, portanto, enveredar por um caminho idiossincrático [próprio], o Caminho Sinodal também decepciona inevitavelmente as expectativas dos católicos para os quais o Catecismo e o Magistério constituem uma base”, destacou.

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