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Cardeal Raniero Cantalamessa inicia a tradicional pregação da Quaresma no Vaticano

As reflexões deste ano são dedicadas ao tema “Tomai, comei: este é o meu corpo”, uma catequese mistagógica sobre a Eucaristia.

Cardeal Raniero Cantalamessa inicia a tradicional pregacao da Quaresma no Vaticano

Cidade do Vaticano (11/03/2022 15:13, Gaudium Press) O pregador da Casa Pontifícia, Cardeal Raniero Cantalamessa, OFMCap, iniciou nesta sexta-feira, 11, a tradicional pregação da Quaresma no Vaticano. Este ano, as reflexões são dedicadas ao tema “Tomai, comei: este é o meu corpo”, uma catequese mistagógica sobre a Eucaristia.

O purpurado iniciou sua pregação ressaltando que falar de Eucaristia em tempo de pandemia e agora “com cenas de guerra diante dos olhos, não é um alienarmo-nos da realidade dramática em que vivemos, mas um convite a olhá-la de um ponto de vista superior e menos contingente”.

A Eucaristia nos oferece a verdadeira chave de leitura da história

“A Eucaristia é a presença na história do evento que inverteu para sempre os papéis entre vencedores e vítimas. Na cruz, Cristo fez da vítima o verdadeiro vencedor. A Eucaristia nos oferece a verdadeira chave de leitura da história. Nos assegura que Jesus está conosco, não apenas intencionalmente, mas realmente neste nosso mundo que parece escapar de nossas mãos a qualquer momento”, afirmou.

O pregador pontifício destacou um efeito positivo do ponto de vista da Fé, entre os vários males que a pandemia da Covid tem causado à humanidade: ela nos fez tomar consciência da necessidade que temos da Eucaristia e do vazio que cria a sua falta. “Durante o período mais agudo da pandemia em 2020, fiquei fortemente impressionado – e comigo, penso que muitos outros – com o que significava assistir pela televisão toda manhã à Santa Missa celebrada pelo Papa Francisco na Santa Marta”, recordou.

A Eucaristia está no centro de todo tempo litúrgico

Algumas igrejas dedicaram este ano para realizar uma catequese especial sobre a Eucaristia, desejando que ocorra um renascimento eucarístico na Igreja Católica. Para Frei Cantalamessa esta foi uma decisão oportuna e um exemplo a ser seguido. “Por isso, pensei em dar uma pequena colaboração ao projeto, dedicando as reflexões desta Quaresma a uma revisitação do mistério eucarístico”, sublinhou.

“A Eucaristia está no centro de todo tempo litúrgico, da Quaresma, não menos que nos demais tempos. É o que celebramos cada dia, a Páscoa diária. Cada pequeno progresso na sua compreensão se traduz em um progresso na via espiritual da pessoa e da comunidade eclesial”, afirmou.

Os cristãos devem redescobrir e manter sempre vivo ‘o estupor eucarístico’

Por outro lado, ela é também, infelizmente, muito exposta, por conta de sua repetitividade, e corre sempre o risco de cair na rotina e se tornar algo habitual. “São João Paulo II, na Carta Ecclesia de Eucharistia de abril de 2003, diz que os cristãos devem redescobrir e manter sempre vivo ‘o estupor eucarístico’. Assim, a este fim, gostariam de servir as nossas reflexões: a reencontrar o estupor eucarístico”, manifestou.

Cantalamessa encerrou sua reflexão dizendo que “com a vinda de Cristo e o seu mistério de morte e ressurreição, a Eucaristia não está mais presente como figura, mas como evento, como realidade. Nós o chamamos ‘evento’ porque é algo historicamente acontecido, um fato único no tempo e no espaço, ocorrido apenas uma vez e irrepetível. No tempo da Igreja, a Eucaristia está presente como sacramento, isto é, no sinal do pão e do vinho, instituído por Cristo”. (EPC)

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