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Cardeal Müller: É hora de Roma se pronunciar claramente sobre o desvio da Igreja alemã

O purpurado escreveu em First Things sobre o que está acontecendo na Igreja Alemã, evidenciado nas recentes “bênçãos” para casais homossexuais.

Cardenal Muller 2

Redação (28/05/2021 17:35, Gaudium Press) Claro e contundente é o documento publicado pelo Cardeal Gerhard Müller em First Things em 24 de maio passado, intitulado Bênção e Blasfêmia, em referência às “bênçãos” de casais homossexuais que ocorreram em mais de 100 igrejas na Alemanha nos últimos dias.

“Esta encenação de pseudo-bênçãos de casais homossexuais ativos é, teologicamente falando, uma blasfêmia, uma contradição cínica da santidade de Deus. São Paulo escreveu à Igreja de Tessalônica que Deus não quer nada mais do que “a vossa santificação; que eviteis a impureza; que cada um de vós saiba possuir o seu corpo santa e honestamente, sem se deixar levar pelas paixões desregradas, como os pagãos que não conhecem a Deus” (1 Ts 4, 3-5).

Um nível dogmático, moral e litúrgico muito baixo

Essas ‘bênçãos’ ocorridas na Alemanha, “mostram o quão baixo chegou o nível dogmático, moral e litúrgico. Se os bispos proibiram a assistência presencial à missa, visitas sacerdotais aos doentes e casamentos na igreja por causa do risco de infecção [durante as restrições pandêmicas], então sua afirmação de que há uma necessidade urgente de abençoar casais do mesmo sexo não é nem remotamente plausível”.

Além disso, a recusa em abençoar casais homossexuais, dada pela Congregação da Doutrina da Fé em 22 de janeiro passado, “simplesmente expressou o que todo cristão católico que foi instruído nos conceitos básicos de nossa fé sabe: a Igreja não tem autoridade para abençoar as uniões de pessoas do mesmo sexo”.

“O escândalo na Alemanha não envolve indivíduos e suas consciências (…) o que estamos presenciando é a negação herética da fé católica no sacramento do casamento e a negação da verdade antropológica de que a diferença entre homens e mulheres expressa a vontade de Deus na criação”, sublinhou o cardeal Müller.

Depois de apontar que os desvios teológicos de bispos e sacerdotes que favorecem essas bênçãos são simplesmente um “retorno ao paganismo”, e que o “Caminho Sinodal” alemão não é legitimado pela Igreja, clama o purpurado que “pelo bem da verdade do Evangelho e da unidade da Igreja, Roma não deve contemplar em silêncio, esperando que as coisas não saiam tão mal, ou que os alemães possam ser pacificados com delicadeza tática e pequenas concessões. Precisamos de uma declaração de princípios clara com consequências práticas. Isso é necessário para que, após quinhentos anos de divisão, o remanescente da Igreja Católica na Alemanha não se desintegre, com consequências devastadoras para a Igreja universal”.

“A primazia é dada à Igreja de Roma não apenas pelas prerrogativas da Cátedra de Pedro, cujo ocupante poderia fazer o que quisesse, mas também pelo grave dever do Papa, atribuído a ele por Cristo, de proteger a unidade da Igreja universal na Fé revelada”, conclui o Cardeal.

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