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Cardeal Becciu: ordem para a demissão do ex-auditor do Vaticano foi do Papa

O Cardeal Becciu respondeu ontem a um interrogatório de 8 horas no processo que corre no Vaticano.

Foto: Wikipedia

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Redação (19/05/2022 13:18, Gaudium Press) Depois que Francisco levantou o segredo pontifício do Cardeal Angelo Becciu sobre todos os aspectos relacionados ao processo –peculato, abuso de poder e adulteração de testemunhas – o cardeal italiano fez várias declarações que ganharam manchetes.

Ontem, o cardeal respondeu a um interrogatório de oito horas, no qual o presidente do Tribunal do Vaticano Pignatone teve que repreender várias vezes o promotor Alessandro Diddi por sua agressividade contra o cardeal.

Na audiência de 5 de maio passado, o cardeal Becciu não quis responder a uma pergunta do promotor sobre sua participação na demissão de Libero Milone, o primeiro auditor geral do Vaticano, “por amor ao Santo Padre”. Mas com o levantamento do segredo papal, o cardeal afirmou ontem que, em junho de 2017, o Papa o havia convocado para uma reunião na Casa Santa Marta, e lá lhe havia dito que não confiava mais em Milone, e por isso o então substituto da Secretaria de Estado devia pedir ao auditor que renunciasse. Em 2017, foi alegado que o responsável pela demissão de Milone era o cardeal Becciu.

O Papa expressou na ocasião, segundo o Cardeal Becciu, que lamentava ter confiado “essas tarefas ingratas” a ele. O Cardeal Becciu confirmou que a razão para esta perda de confiança foi o fato de que Milone havia “contratado ilegalmente uma empresa externa para realizar atividades de investigação sobre a vida privada de representantes da Santa Sé”. Milone disse, na época, que havia sido falsamente acusado e que o Papa Francisco foi “bloqueado pela velha guarda”, a qual “se sentiu ameaçada” por seu trabalho como auditor.

Sobre o suposto uso de fundos do Óbolo de São Pedro na compra do imóvel 60, Sloane Avenue, em Londres, o cardeal afirmou que o ex-chefe de seu escritório administrativo, Mons. Alberto Perlasca, havia dito a ele que não foram utilizados esses fundos, mas os ativos da Secretaria de Estado. Na compra e venda desta propriedade, a Santa Sé teria perdido entre 81 e 185 milhões de dólares, segundo estimativas externas.

Ontem, Mons. Perlasca foi admitido como parte civil demandante no julgamento contra o cardeal Becciu, sob a acusação de adulteração de testemunhas. Mons. Perlasca passou de suspeito a testemunha.

Com informações Aciprensa.

 

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