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Cardeal Africano: na pandemia devemos ser guardiões um do outro, mas nos matamos todos os dias

 Continente mais afetado pelos efeitos do coronavíirus, a África deve ter coragem, não ceder ao desespero, rezar, esperar o tempo de Deus.

Continente mais afetado pelos efeitos do Coronavírus, a África, deve ter coragem, não ceder ao desespero, rezar, esperar o tempo de Deus.

Redação (29/07/2020 13:25, Gaudium Press) O cardeal Philippe Ouédraogo, arcebispo de Uagadugu, em Burkina Fasso, afirmou que é vergonhoso e deplorável que nem mesmo a “Covid-19 tenha desencorajado a violência e o terrorismo em alguns países da África; continuamos nos matando todos os dias”.

“Unamos nossas vozes ao Papa e a outros líderes mundiais no apelo em favor do fim imediato da violência em toda a África e no restante do mundo”

Dom Philippe Ouédraogo é presidente do Secam, o “Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar”, e sua mensagem foi difundida a propósito do “Dia do Secam”, um evento instituído em 2014 por ocasião do 45º aniversário da fundação deste organismo de sua fundação, celebrado em 29 de julho de cada ano e que em 2020 será realizado em 2 de agosto.

Para o Purpurado de Uagadugu, “a Covid-19 evidenciou o quanto somos vulneráveis, independentemente da cor ou do status, e que o que acontece num país afeta as pessoas em outro.
Na verdade, (a pandemia) mostrou que somos um só povo e que devemos ser os guardiões um do outro. ”

Em 2020, o Dia do Secam será celebrado em 2 de agosto

O Dia do Secam é uma oportunidade para falar sobre o Simpósio –organismo formado por 37 Conferências episcopais nacionais e 8 Conferências regionais africanas– para permitir aos católicos de todo o continente e das ilhas serem mais bem informados sobre sua existência, seu trabalho e missão, e para convidá-los a apoiá-lo.

Quando o dia 29 de julho, Dia do Secam, cai em um dia da semana, a celebração é transferida para o domingo sucessivo. Portanto, este ano ele será celebrado em 2 de agosto e, devido à emergência provocada pela pandemia do coronavírus, não será acompanhado pela coleta especial, destinada a apoiar as atividades do Simpósio.

O cardeal Ouédraogo quis enfatizar em sua Mensagem que, lamentavelmente, um ano depois das comemorações do Jubileu de Ouro do Secam, que foi celebrado em Campala, Uganda, o local mesmo onde foi realizada a primeira reunião do Secam por ocasião da visita do Papa Paulo VI, em 1969, a situação na África e nas ilhas vizinhas não mudou.
Aliás, ressalta o Purpurado, dentro e fora da Igreja, entre outros motivos, por causa da pandemia do coronavírus que criou caos em todos os lugares.

 A África, deve ter coragem, rezar, esperar o tempo de Deus

Dom Philippe Ouédraogo explica em seu comunicado que em relatório recente da Caritas Internacional mostra que a África é o continente mais afetado pelos efeitos da Covid-19.
É nesta situação que o arcebispo de Ouagadougou convida seus irmãos e irmãs africanos a ter coragem, a não ceder ao desespero, a continuar rezando e esperando o tempo de Deus.

“Este é um momento em que todos os povos africanos devem dar novamente valor à solidariedade que plasmou nossa visão de mundo e a nossa sociedade tradicional.”

“Desta forma, seremos capazes de enfrentar melhor o impacto da pandemia e fazer com que nossas economias se transformem, contando com o poder do Espírito Santo, que nos dá a graça de amar e ser compassivos. Neste tempo em que muitos se encontram necessitados, vamos ajudá-los a experimentar o amor de Deus.”

Indignação diante da violência e do terrorismo

O presidente do Secam recomenda aos Bispos: continuem sendo missionários do Evangelho! Em seguida, o cardeal manifesta sua indignação diante da violência e do terrorismo que ainda ensanguentam alguns países africanos:

“É vergonhoso e deplorável que nem mesmo a mortal Covid-19 tenha desencorajado a violência e o terrorismo em alguns países da África; continuamos nos matando todos os dias. Unamos nossas vozes ao Santo Padre, o Papa Francisco, e a outros líderes mundiais no apelo em favor do fim imediato da violência em toda a África e no restante do mundo”, diz o comunicado do Cardeal para o “Dia do Secam”. (JSG)

 

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News Service)

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