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Bispos da França e governo discutem legalização da eutanásia

Os Bispos da França foram recebidos pelo governo francês para debater sobre o projeto do governo visando legalizar a eutanásia para pacientes em fim de vida, no país

Em plena pandemia do coronavirus, Sociedade Holandesa pró-Eutanásia Livre lança campanha publicitária que incentiva a procura pela eutanásia oferecendo uma “boa” morte.

Redação (27/09/2022 08:00, Gaudium Press) Através de seus representantes a Conferência dos Bipos da França (CEF) foi recebida na última segunda-feira, 26 de setembro, pela ministra delegada do ministério da saúde, Agnès Firmin Le Bodo, para debater sobre o “fim de vida” e uma eventual legalização da eutanásia no país europeu.

Os representantes da Conferência dos Bispos da França (CEF) foram Dom Pierre d’Ornellas, Bispo de Rennes e responsável pelo grupo de bioética da CEF, Vincent Jordy, vice-presidente da CEF e o padre Hugues de Woillemont, secretário geral e porta-voz da mesma CEF.

A reunião com os prelados não estava oficialmente agendada nos compromissos da ministra, porém desde o dia 21 de setembro, Agnès Firmin tem se reunido com os líderes das principais religiões da França para discutir sobre a consulta pública sobre o legalização do suicídio assistido.

A ministra já recebeu o grande rabino da França, Haïm Korsia, e também Sadek Beloucif , médico e membro do conselho de administração da Fundação islâmica da França para abordar a questão.

Consulta à população sobre a legalização da eutanásia

De fato, o presidente francês, Emanuel Macron, abriu um espaço para a legalização da eutanásia ao declarar que vai lançar uma consulta à população sobre a possibilidade de tornar acessível o suícidio assistido, até o fim de 2023.

A decisão de Emanuel Macron veio logo após a declaração favorável à eutanásia, sob alguns aspectos, do Comitê Consultativo Nacional de Ética (Comité consultatif national – CCNE) da França.

A consulta à população deve começar a partir de outubro e vai durar até o mês de março de 2023. O suicídio assistido pode se tornar legal na França até o fim do próximo ano, segundo prevê o presidente que pode lançar um referendo.

Debates éticos sobre o assunto

O governo francês detalhou que debates serão organizados em espaços éticos regionais para discutir a questão, ouvir e informar os cidadãos sobre a eutanásia.

O governo explicou que quer “dar a cada um dos (nossos) concidadãos a oportunidade de se aprofundar neste assunto, de se informar, de se apropriar da reflexão comum e de procurar enriquecê-la”.

Atualmente, cinco países da Europa autorizam a prática da eutanásia: Áustria, Bélgica, Espanha, Luxemburgo, Suíça e Holanda.

Reunião entre os Bispos e a ministra da saúde

O Vice-presidente da CEF, Dom Vincent Jordy, declarou em entrevista como foi o encontro com a minitra. Agnès Firmin explicou aos Bispos como será organizada a consulta pública, os avanços parlamentares, as ações concretas caso a eutanásia seja legalizada e o diálogo que o governo quer manter com as várias instâncias públicas sobre o suícidio assistido.

Dom Jordy, por sua parte, manifestou a preocupação dos Bispos sobre a maneira como será feita a consulta à população e pediu garantias de imparcialidade para que todos sejam ouvidos e que as decisões não sejam tomadas com antecedência.

A preocução de Dom Vincent Jordy é pertinente sobretudo, porque o Comitê Consultativo Nacional de Ética (CCNE) será responsável por gerenciar a consulta pública, mesmo já tendo dado uma opinião favorável à legalização da eutanásia. (FM)

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