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Bielorrússia: sacerdotes perseguidos por mencionar a guerra na Ucrânia

“Hoje, na Bielorrússia, todos os protestos contra a agressão da Rússia na Ucrânia são impiedosamente condenados”.

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Redação (07/04/2022 15:56, Gaudium Press) A repressão continua na Bielorrússia, especialmente contra aqueles que protestam de alguma forma contra a guerra na Ucrânia. O sacerdote greco-católico Vasyl Yegorov, de Mogilev, recebeu uma multa de 1.600 rublos (cerca de US$ 500) por causa de um adesivo que dizia: “Ucrânia, desculpe-me”.

Outro sacerdote católico Pe. Andrzej Bulczak, que veio da Polônia para a Bielorrússia há 14 anos, foi intimado pela polícia, ameaçado com uma multa ou até mesmo prisão, por postar um vídeo de 2 minutos na Internet, no qual uma jovem da Bielorrússia escrevia uma carta que dizia:

“Posso ir para a cadeia hoje por dizer ‘não quero a guerra’. Isso aconteceu recentemente em Minsk, quando 800 pessoas foram presas por se manifestar em defesa da Ucrânia. Lamento muito que a opinião sobre os bielorrussos tenha mudado tanto na Polônia e no mundo”.

E a carta terminava com as seguintes palavras:

“Não queremos uma guerra, rezamos pela Ucrânia, arrecadamos fundos para as crianças que sofreram lá. Quero que esta carta seja um grito do meu coração: que não haja mais guerra! Peço desculpas. Não é por nossa culpa, das pessoas comuns, que nossos vizinhos estejam sendo bombardeados em nosso território”.

O julgamento estava previsto para 25 de março, dia da Anunciação, mas foi adiado.

“Foi um sinal para mim de que talvez Maria queira que algo diferente aconteça”, disse o sacerdote. Seu visto expira em maio, e ele decidiu retornar à Polônia.

Pe. Oleksandr Baran, sacerdote católico também foi detido. O motivo de sua detenção: no dia da invasão russa da Ucrânia, ele postou a bandeira da Ucrânia e a bandeira branco-vermelho-branca da Bielorrússia em seu perfil de mídia social.

Ele ficou preso por seis dias, o que é mais do que a lei de detenção de 72 horas da Bielorrússia permite, e declarou:

“Estamos vivendo a Quaresma agora, e esta prisão foi um bom retiro para mim: um jejum rigoroso a pão e água, muita oração. Graças a Deus me deram óculos para poder rezar. Eu entendo agora o que os sacerdotes passaram durante a repressão de Stalin na década de 1930, quando foram jogados na prisão.”

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