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Bento XVI pede à Igreja Alemã um testemunho de fé para frear o êxodo dos fiéis

É, pelo menos, a terceira vez nos últimos meses que o Papa Emérito se manifesta a respeito da situação da Igreja em seu país.

Benedicto

Redação (27/07/2021 15:45, Gaudium Press) O papa emérito Bento mais uma vez faz declarações sobre a situação muito difícil da Igreja em seu país.

Em abril passado, Mons. Georg Ganswein, secretário pessoal de Bento, declarou a María Martínez López, da Alfa y Omega, que “Bento XVI está ciente da situação em sua terra natal. Ele se dá conta e reconhece a falta de unidade em muitos aspectos fundamentais da fé. Infelizmente, falta um enfoque unitário no episcopado alemão, o que requer um esclarecimento o mais rápido possível a fim de evitar graves consequências para a fé e para a Igreja na Alemanha”.

Em 20 de maio passado, a Gaudium Press noticiou a correspondência do Papa emérito com um seminário em Czestochowa, conforme relatado pelo Die Tagestpost, que o convidou a comemorar o 70º aniversário daquela casa de estudos. Na carta, Bento afirmou que as boas notícias daquele seminário trouxeram “grande alegria para minha casa. Como é maravilhoso ver florescer na Polônia aquilo que está murchando na Alemanha”.

Agora vêm as declarações que aparecem na edição de agosto da revista alemã Herder Korrespondenz, por ocasião do 70º aniversário de sua ordenação sacerdotal.

“Nas instituições da igreja – hospitais, escolas, Cáritas – muitas pessoas que participam em posições decisivas não compartilham do âmago da missão da Igreja e, portanto, em muitos casos, obscurecem o testemunho desta instituição”. E acrescentou que, “enquanto os textos institucionais da Igreja falar apenas com sua oficialidade, e não com o coração e o espírito, o êxodo do mundo da fé continuará”.

Certamente o Papa Bento tem presente as terríveis estatísticas que foram apresentadas pela Igreja Alemã em 2020, registrando mais de 220.000 apostasias no ano, entre outros dados dramáticos.

Continuando sua linha de pensamento, Bento considera importante “esperar um testemunho de fé verdadeiro e pessoal dos porta-vozes da Igreja” na Alemanha.

A viagem à Alemanha em 2011

Já em Freiburg, na viagem que fez à sua terra natal, em 2011, Bento havia falado da tendência de dar “mais peso à organização e à institucionalização” do que à “vocação e abertura da Igreja a Deus”, e pedia uma Igreja que se separasse do mundanismo. A Igreja “para cumprir sua missão, deve, por assim dizer, estar separada do mundo”, sublinhou o Papa Emérito na época.

Agora Bento faz declarações no mesmo sentido, e pede à Igreja Alemã particularmente um caminhar em direção à “liberdade da fé”. Sobre as elaborações doutrinárias, Bento também disse que estas devem se “desenvolver dentro e fora da fé e não estar ao lado dela”.

Em suma, menos espírito do mundo, mais fé; ter a fé sempre como guia, e nunca abandoná-la, especialmente quando se faz desenvolvimentos doutrinários.

É impossível não relacionar as declarações de Bento XVI com as graves derivas doutrinárias, nas quais o chamado Caminho Sinodal Alemão está incorrendo e que são um elemento de preocupação para a Igreja universal.

Com informações CNA e ACIStampa

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