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Barrett e Biden: Igreja Católica no centro das eleições americanas

Os ataques à fé católica da juíza Barret podem ser uma perigosa aposta para as aspirações políticas do partido democrata

Amy Coney Barrett

Redação (29/09/2020 21:02, Gaudium Press) Quem diria que, neste convulsionado momento, a religião seria tão decisiva na condução do país mais poderoso da Terra.

Biden: por que não é mal ser uma pessoa de fé para governar os EUA

William McGurn, membro da equipe editorial do Wall Street Journal, constata, em sua coluna, que nestas eleições a máquina publicitária do partido democrata foi utilizada para mostrar à nação americana que seu candidato, Joe Biden, é um bom católico. Com efeito, destaca-se a importância da fé na vida do ex-vice-presidente. Não se fazem objeções a que uma pessoa de fé guie a nação, mas ao contrário, afirma que é bom ter uma pessoa religiosa em um cargo de tal magnitude.

Esta posição dos porta-vozes democratas, que obviamente não é tomada ao acaso, mas com base em pesquisas de opinião, indiretamente nos mostra o estado da sociedade americana: a fé continua a ser um tema central na vida pessoal e social. Mesmo neste ponto, parece ter havido uma mudança para melhor, porque, como McGurn lembra em sua nota, oito anos atrás, os delegados da convenção do partido democrata vaiaram Deus sob os holofotes de todo o país. Hoje não se permitiria algo assim: poderia ser decisivo para as aspirações do seu candidato.

Mas a opinião dos porta-vozes democratas teria muito menos repercussão se não fosse recebida com benevolência pela grande mídia, que, a esta altura, parece ter se tornada simpática à religião.

Será? Na verdade, nem tanto, e isso pode ser visto pela forma como a nomeação de Amy Barret para a Suprema Corte foi anunciada.

A respeito da juíza Barret – e com grande repercussão pela imprensa – alguns falaram de sua concepção religiosa “Cristofacista”, referindo-se a ela e ao marido como “colonizadores brancos” por terem adotado crianças haitianas, ou seja, ela é uma “radical”, ‘ultra-tudo’ e muito mais.

Por isso, quem não a conhecia surpreendeu-se com sua nomeação por se deparar com uma mulher de caráter-elegante, sim, muito segura de seus conhecimentos jurídicos, mas também uma mãe dedicada, esposa generosa e grata a Deus por seu marido, alguém simpático e humilde, que expôs como, com esforço e tenacidade, conquistou merecidamente uma ótima carreira profissional mesmo tendo uma numerosa família.

Hipocrisia democrata?

No entanto, o preconceito é apenas da mídia ou também há alguma hipocrisia na campanha do partido democrata, que agora apela com grande alarde à fé de seu candidato?

McGurn dá a entender isso em sua coluna, quando lembra que, na ratificação de Barrett como juíza do Tribunal de Apelações do 7º Circuito de Chicago, dois senadores democratas expressaram sua preocupação com a fé da agora virtual candidata à Suprema Corte dos EUA. Sim, a religião desempenha um papel importante na vida da juíza.

De fato, o senador Dick Durbin, um democrata de Illinois, perguntou-lhe: “Você se considera uma católica ortodoxa? E a senadora Dianne Feinstein, uma democrata da Califórnia, foi mais explícita em suas palavras: “O dogma vive fortemente dentro de você.”

Assim,  já podemos perceber uma dicotomia, e os agressores democratas da juíza Barret têm um belo problema: se, para impedir a ratificação da juíza, eles se levantarem contra sua prática religiosa, como fizeram no passado, eles revelarão que seu louvor à fé de Biden não vai além da mera estratégia publicitária. E isso pode ser muito prejudicial para toda a campanha.

 

 

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