“Autoajuda ou ajuda do Alto?” (2): Considerando as dificuldades financeiras
“Cumpre, pois, não se afligir; ocupando-se embora razoavelmente de seus afazeres, não se deixar dominar pela angústia de sombrias perspectivas de futuro, e contar, sem hesitações, com o socorro da Providência”.
Redação (26/08/2022 09:52, Gaudium Press) Costuma-se dizer que o dinheiro é um excelente servo, mas um péssimo senhor. Ai daqueles que fazem do dinheiro a causa última de sua existência! Entretanto, precisamos gerir nossas necessidades, e muitas vezes nos deparamos com uma inclemente dificuldade financeira em nossos caminhos… A este propósito, o Pe. Thomas de Saint-Laurent, em “O Livro da Confiança”, tece um comentário muito elucidativo:
“Deus provê às nossas necessidades. ‘Não vos inquieteis’, diz o Senhor. Qual será o sentido exato desse conselho?… Deveremos, para obedecer à direção do Mestre, negligenciar completamente os negócios temporais?… Não duvidamos de que a Graça peça, às vezes, a certas almas, o sacrifício de uma pobreza estrita e de um total abandono à Providência.
O Espírito Santo louva a mulher forte que soube governar bem a sua casa. Ele no-la mostra, no Livro dos Provérbios, acordando bem cedo para distribuir aos criados a tarefa quotidiana e trabalhando também com suas próprias mãos. Nada escapa à sua vigilância. Os seus nada têm a temer: acharão todos, graças à sua previdência, o necessário, o agradável e, até, certo luxo moderado. Seus filhos a proclamam bem aventurada, e seu marido exalta-lhe as virtudes (Cf. Pr 21, 10-28).
A Verdade não teria louvado tão calorosamente essa mulher, se ela não houvesse cumprido o seu dever. Cumpre, pois, não se afligir; ocupando-se embora razoavelmente de seus afazeres, não se deixar dominar pela angústia de sombrias perspectivas de futuro, e contar, sem hesitações, com o socorro da Providência. Nada de ilusões!… Uma confiança assim pede grande força de alma. Temos que evitar um duplo escolho: a falta e a demasia. Aquele que, por negligência, se desinteressa de suas obrigações e de seus negócios, não pode, sem tentar a Deus, esperar um auxílio excepcional. Aquele que dá às preocupações materiais o primeiro lugar das suas cogitações, aquele que conta mais consigo do que com Deus, engana-se ainda mais crassamente; rouba assim ao Altíssimo o lugar que Lhe compete em nossa vida.”
Por Afonso Costa
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