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Ateu, graças a Deus?

Ateísmo não é problema de Fé, mas de inteligência. Veja neste artigo dois argumentos de Cícero sobre a existência de Deus.

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Redação (10/08/2020 14:43, Gaudium Press) “São insensatos por natureza todos os que desconheceram a Deus e, através dos bens visíveis, não souberam conhecer aquele que é nem reconhecer o artista, considerando suas obras” (Sb 13,1).

Insensatos. De fato, se tomarmos as grandes figuras da inteligência humana, aqueles antigos sábios romanos e gregos que ainda hoje suscitam a admiração, seja pela eloquência, pela lógica ou pela virtude natural, estes grandes expoentes do homo sapiens reconhecem a existência um outro Ser, superior a todos os títulos: Deus.

Argumentos de Cícero sobre a existência de Deus

Marcus Tullius Cicero foi advogado, escritor, orador, filósofo, cônsul e… crente em Deus.

Na sua obra “Tusculanae questionaes” (Discussões Tusculanas), o famoso letrado romano faz a seguinte observação sobre a crença no ser divino: “Não há povo, apesar de selvagem ou inculto, que não saiba que se deve honrar um Deus, ainda que não saibam a qual Deus é necessário render homenagem”.

Dois argumentos são sugeridos por Cícero para provar a existência de um Criador:

1 – Comprovação histórica e universal: todos os povos da Terra cultuam algo que, aos seus olhos, consideram um ser superior.

2 – “É pouco digno de um filósofo admitir um efeito sem causa”, continua Cícero. É tão impossível um aglomerado de átomos, ao mero acaso, dar origem ao mundo ordenado, quanto um punhado de letras jogadas pelo ar formarem algum dos livros de Ênio, famoso poeta greco-romano.

Ateus, hoje?

Plutarco, outro expoente dos antigos clássicos, tem essas palavras sobre a religião: “Fazendo a volta ao mundo, é possível encontrar cidades sem muralhas, sem ciências, sem reis, etc. Mas uma cidade sem deuses, templos, isso não se viu jamais, e eu acho que é mais fácil construir uma vila sem fundamentos do que conceber uma sociedade sem crença numa divindade”.

Se nosso escritor grego fizesse a volta ao mundo no século XXI, repetiria sua tese?

Provavelmente, sim. Porém, Plutarco e Cícero deveriam desenvolver seu pensamento. A religião contemporânea tem templo, mandamentos e culto. Ela se chama egoísmo.

Depois que o homem proclamou “Ni Dieu, ni maître. Dieu, c’est moi” (Nem Deus, nem mestre. Eu sou Deus), não existem mais ateus. Se eles se negam a acreditar numa divindade, é porque erigiram para si um altar em seus corações. E esse deus é ciumento.

 

Por Paulo da Cruz

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