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Alemanha quer suspender a confissão de crianças

Está em discussão, por parte de uma comissão da diocese de Friburgo, a proposta de suspender as confissões das crianças, com o suposto objetivo de reduzir o risco de abusos.

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Redação (22/03/2024 09:46, Gaudium Press) Il Messagero relata que, na diocese de Freiburg, na Alemanha, uma comissão encarregada de lidar com os abusos recomendou que as confissões dos jovens fossem suspensas e reservadas para a idade adulta. O  artigo da agência de notícias católica KNA, destacado pelo Il Messagero, revelou que um estudo da comissão diocesana evidenciou que a administração deste Sacramento às crianças da primeira comunhão poderia ser um “ponto de iniciação para o abuso sexual” e, por essa razão, a comissão recomendou abandonar tal prática.

Segundo a comissão, a confissão nessa idade envolve uma relação próxima entre a criança e o sacerdote, o que poderia “abrir a possibilidade de comportamento manipulador em relação a crianças e menores, a ponto de violar seus limites”.

É claro que essa recomendação absurda de tal comissão da diocese alemã demonstra um desrespeito pelo papel da graça e um desconhecimento da real situação moral de um menor, bem como uma ruptura com a tradição da Igreja.

São Pio X lutou arduamente para que as crianças, o mais cedo possível e “chegando à idade da razão”, recebessem os Sacramentos da Penitência e da Comunhão.

As crianças também podem cometer pecado mortal, que é o maior mal da Terra: “Merece censura o costume existente em muitos lugares de não confessarem os meninos não admitidos à Sagrada Mesa, ou de não os absolver, com o que é muito fácil que permaneçam longo tempo em estado de pecado, com gravíssimo perigo para sua salvação”, advertiu o Papa Sarto em Quam Singulari.

Desde o momento em que um menor é capaz de distinguir entre o bem e o mal, ele é capaz de cometer pecado grave e, portanto, a Igreja deve incentivar o acesso ao Sacramento da Confissão. São Pio X deplorou “o costume existente em muitos lugares de proibir a confissão a crianças não admitidas à Sagrada Mesa, ou de não lhes dar a absolvição”, bem como o costume em lugares onde “a idade da primeira comunhão era fixada em dez ou doze anos, e em outros em quatorze ou até mais”, fazendo com que “a inocência da criança, arrancada às carícias de Jesus Cristo, não se alimentasse de nenhuma seiva interior; e – desastrada consequência! – a juventude, privada de socorro eficaz e cercada de laços, perdia a sua candura e resvalava no vício, antes de ter saboreado os Santos Mistérios”.

Essas concepções eram “um resquício dos erros jansenistas”. Ora, Jansenismo é, no fundo, naturalismo, ou seja, uma desconsideração ou desprezo pelo papel da graça na virtude e na salvação eterna.

É necessário combater a praga do abuso e minimizar os riscos ao máximo – como já é feito em muitos lugares – sem, contudo, cortar o canal da graça, necessária para não se perder a inocência batismal mesmo em uma idade muito precoce, acarretando danos para toda a vida, uma vez que os vícios adquiridos em uma idade jovem dificilmente podem ser erradicados. Além disso, há um risco real de condenação.

Lamentavelmente, como agora é universalmente conhecido, a Igreja alemã encontra-se em uma situação calamitosa, fortemente influenciada pelo mundanismo naturalista e correndo sério risco de cisma. Essas opiniões refletem tal situação. Rezemos por ela (SCM).

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