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Alemanha: 131 igrejas fechadas em 5 anos

O encerramento dos serviços religiosos nas igrejas na Alemanha tem sido amplamente vinculado à situação financeira, mas as causas por trás desse fenômeno são diversas e vão além das considerações econômicas.

Foto: Il Timone

Foto: Il Timone

Redação (30/12/2023 11:46, Gaudium Press) Nos últimos cinco anos, testemunhou-se o fechamento de um número gigantesco de igrejas na Alemanha: 131. Segundo a Infocatolica, dessas 131, 126 já foram dessacralizadas.

Esse cenário não se restringe a locais remotos ou impactados pelo desenvolvimento urbano. Um exemplo é a igreja de São Bento em Schäftlarn, pertencente à arquidiocese de Munique-Freising, que também será fechada. A associação paroquial responsável pela igreja não dispõe dos recursos necessários para realizar as reformas requeridas, apesar de ela ter sido consagrada há apenas 58 anos. Diante dessa realidade, o fechamento torna-se uma medida drástica e inevitável.

O encerramento dos serviços religiosos nas igrejas na Alemanha tem sido amplamente vinculado à situação financeira, mas as causas por trás desse fenômeno são diversas e vão além das considerações econômicas.

Alguns tentam minimizar o impacto, como o porta-voz da Arquidiocese de Bamberg que declarou que “nem uma dúzia de igrejas foi vendida ou doada nos últimos 10 a 15 anos [em sua jurisdição]. É um número extremamente baixo e mostra que as igrejas consagradas só foram vendidas em casos absolutamente excepcionais.”

Na realidade, a venda de igrejas é concomitante com uma preocupante diminuição no número de fiéis. De acordo com dados recentes, a perda de 1,3 milhão de católicos declarados em apenas quatro anos (2019 a 2022) é alarmante, independentemente das variações relacionadas a nascimentos e óbitos. Só em 2022, mais de meio milhão de fiéis saíram da Igreja.

Esta tendência, longe de ser contida pela abordagem mais “aberta” e progressista adotada pela Igreja alemã, parece ter sido exacerbada por ela

Neste contexto, o jornal italiano Il Timone levanta dúvidas sobre o rumo que está sendo tomado, e destaca a necessidade de questionar o novo modelo eclesial, pois ao adaptar a mensagem evangélica aos valores e paradigmas da sociedade atual, a Igreja seria condenada à irrelevância, não havendo diferença substancial entre seus ensinamentos e as mensagens do “mundo”.

Diante disso, é crucial que a Igreja na Alemanha realize um grande exame de consciência ao invés de se colocar como um exemplo a ser seguido especialmente no que diz respeito à abolição da piedade e moral tradicionais.

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