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Abusos na Igreja protestante alemã: 75% dos agressores eram homens casados

O resultado é um argumento a favor do celibato católico.

Foto: Saif71.com/ Unplash

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Redação (26/01/2024 16:54, Gaudium Press) Há algum tempo que os relatos nacionais sobre abusos sexuais cometidos por clérigos católicos são abundantes. Agora, na Alemanha, um estudo semelhante foi conduzido nas igrejas protestantes.

Em 2020, a Igreja Protestante Alemã (EKD) encomendou uma pesquisa abrangente sobre o abuso sexual de crianças e jovens em suas esferas desde o final da Segunda Guerra Mundial. Os resultados revelaram números significativamente mais altos do que os dados anteriores.

O estudo, conduzido por investigadores independentes e com um custo de aproximadamente 4 milhões de euros, revelou que pelo menos 1.259 abusadores sexuais perpetraram atos de violência contra 2.174 vítimas. Ademais, estima-se que, desde 1946, cerca de 9.355 crianças e jovens foram vítimas de abuso sexual, perpetrado por quase 3.500 agressores, dos quais um terço eram clérigos. No entanto, os pesquisadores alertam que essas projeções devem ser interpretadas com extrema cautela.

Sob a coordenação de Martin Wazlawik, da Universidade de Hannover, os pesquisadores analisaram aproximadamente 4.300 arquivos disciplinares, 780 arquivos pessoais e mais de 1.300 outros documentos. Em comparação, o relatório de 2018 sobre abusos na Igreja Católica examinou cerca de 38 mil arquivos

O relatório indica que aproximadamente 64,7% das vítimas e 99,6% dos agressores eram do sexo masculino, tendo sido documentados diversos exemplos de abuso.

Também foi assinalado que aproximadamente três quartos dos agressores eram casados quando cometeram o primeiro ato criminoso, o que questiona a crença de que o celibato católico tenha um grande impacto na questão dos abusos. “A ilusão de que os abusos sexuais em grande escala só acontecem na Igreja Católica já não se mantém”, destacou o porta-voz das vítimas, Detlev Zander.

Porém, os protestantes não cooperaram plenamente com a investigação. Com efeito, Zander, afirmou que os pesquisadores tiveram acesso limitado aos arquivos pessoais pertencentes às 20 igrejas estaduais, podendo examinar apenas os casos confirmados e registrados.

Em 2018, a Igreja Católica na Alemanha divulgou um estudo que identificou evidências de 3.677 casos de abuso sexual que foram perpetrados por cerca de 1.670 membros do clero entre 1946 e 2014. Esse estudo incentivou a realização de uma avaliação semelhante no âmbito protestante.

Com informações www.marcotosatti.com

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