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A tradicional arte de se produzir um vitral

As cores banham as paredes brancas durante o dia, fazendo com que o reflexo dos santos e anjos pareça ondular pacificamente com a vida.

A tradicional arte de se produzir um vitral

Foto: Berthold Werner/Domínio público/wikimedia commons.

Redação (03/08/2023 16:55, Gaudium Press) Se uma pessoa tiver que determinar o que poderia ser o mais famoso vitral do mundo, vários nomes viriam à sua mente, mas particularmente uma imagem poderia estar entre as primeiras a aparecer em sua memória: o Espírito Santo do Altar de Bernini, na Basílica de São Pedro do Vaticano.

Localizado sobre um dos mais belos altares, atrás do altar principal na maior das Basílicas papais, goza de uma relevância especial dentro do impressionante patrimônio da Igreja Católica. Esta obra, como outras localizadas na Capela Sistina e a Capela Redemptoris Mater foram produzidas em uma oficina notável do bairro romano de Trastevere, que desde 1900 desenvolve a arte em vidro de maneira artesanal: a oficina Vetrate d’Arte Giuliani.

Spiritus Sanctus

Foto: Dnalor/Domínio público/wikimedia commons.

Dificuldade em encontrar quantidade suficiente de vidro soprado

Há mais de 25 anos, Elsa Giuliani continua a tradição familiar iniciada por Giulio Cesare Giuliani, um químico apaixonado pela pintura que associou seu talento ao seu conhecimento técnico para obter peças de alta qualidade. “Nós trabalhamos de maneira privada e pública, para igrejas, bancos, cantores, atores, para todos”, relatou o proprietário a National Catholic Register. “Muitas pessoas não sabem sobre o campo da arte em vidro”.

Giuliani expressou que uma das dificuldades de seu trabalho é encontrar uma quantidade suficiente de vidro soprado, já que o mercado está saturado de vidro prensado de origem chinesa. As peças da oficina romana são elaboradas com vidro alemão da fábrica de ‘Lamberts’, que produz painéis com matérias-primas como a areia, o calcário ou até mesmo ouro. Os vitrais são elaborados com base em uma paleta de 1.100 cores disponíveis cuidadosamente selecionadas. “Quando você constrói a imagem, você deve ser muito cuidadoso para alcançar a harmonia entre as cores”, explicou Alessia Catallo, licenciada em Belas Artes e Trabalho de Metal que trabalha em Vetrate d’Arte Giuliani há anos. “É preciso muita paciência”.

Cathedral Fribourg vitrail Georg Michael Anna Maria 01

Foto: Józef Mehoffer/Domínio público/wikimedia commons.

Habilidade superior e a alta qualidade das cores

Os artistas devem medir e cortar os pedaços de vidro com precisão e aplicar a cor a cada peça, pintando os diferentes motivos que compõem a imagem. “Este é um processo muito delicado, porque cada erro pode ser revelado devido à transparência do vidro”, expôs Franco Galise, desenhista técnico principal e filho de um dos trabalhadores da oficina que trabalhou diretamente com Giulio Cesare Giuliani.

Um dos trabalhos da oficina foram os vitrais da capela da Universidade do Sagrado Coração, em Fairfield, nos Estados Unidos. “A habilidade superior e a alta qualidade das cores na arte, assim como a eficiência no isolamento do frio não tem comparação”, declarou à National Catholic Register, David Coppola, ex-Vice-Presidente de Planejamento Estratégico e Administração da Universidade. “As cores banham as paredes brancas durante o dia, fazendo com que o reflexo dos santos e anjos pareça ondular pacificamente com a vida. O efeito geral é de boas vindas, reflexão, comunidade e paz”. (EPC)

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