A mais recente profanação na Nicarágua: Paróquia da Vera Cruz, em Masaya

Governo ainda mantém cerco a Paróquias na Nicarágua, Arcebispado de Manágua pede atenção e vigilância no cuidado das Igrejas e Capelas.

 

Manágua (29/07/2020 15:10, Gaudium Press) A Arquidiocese de Manágua denunciou um novo ato de profanação a um de seus templos e pediu aos fiéis que estivessem atentos e vigilantes no cuidado de suas Igrejas e Capelas e se unissem em oração de reparação e desagravo nesta atual situação.

Segundo a denúncia, a profanação ao lugar sagrado ocorreu no último sábado na capela Nossa Senhora do Carmo, na paróquia de Nosso Senhor de Vera Cruz, que pertence à área pastoral da cidade de Masaya.

A diocese de Manágua informou que a profanação e o sacrilégio consistiram no fato de o tabernáculo com Jesus Sacramentado ser arrastado pelo chão daquele lugar sagrado que está sob os cuidados padre Pablo Villafranca.

O sacerdote notificou ao cardeal nicaraguense e arcebispo de Manágua, Dom Leopoldo Brenes, que condenou esse novo ato de profanação a templos católicos.

“O arcebispo condena esse ato que ofende a nossa fé, pelo qual ele oferece suas orações e pede aos fiéis que estejam atentos e vigilantes no cuidado de suas capelas e se juntem à oração de reparação e desagravo diante dessa situação”, destacou o comunicado da arquidiocese.

Ataques quase simultâneos em lugares diferentes: orquestração?

No último dia 20 de julho, uma pessoa aparentemente bêbada derrubou três portões da Catedral Metropolitana de Manágua e, um dia antes, um estranho roubou imagens da Catedral Jinotega que fica no norte do país.

Na semana passada, pessoas desconhecidas entraram na igreja de São José de Cusmapa, vandalizaram objetos sagrados e destruíram uma imagem do Divino Menino Jesus, como parte de mais outra profanação.

Desde abril de 2018 governo mantém cerco a paróquias

A Conferência Episcopal da Nicarágua pediu ao governo de Daniel Ortega que encerre o cerco às suas paróquias, que surgiram como resultado dos protestos antigovernamentais que eclodiram em abril de 2018.

No âmbito desses protestos, o Presidente Ortega acusou os bispos de incentivar “seitas satânicas” e de fazer parte de um suposto plano de golpe de Estado.

Crise Sociopolítica e os mortos da Nicarágua

Desde abril de 2018, a Nicarágua está passando por uma crise sociopolítica que deixou pelo menos 328 mortos, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), embora as organizações locais aumentem o número para 651 e o Governo reconheça 200 e denuncie uma suposta tentativa de derrubada do governo. (JSG)