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A igreja de São Tomé resistiu ao tsunami

 O drama dos que querem ser fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo: existem, se apresentam, atraem, deslumbram, criam ódio, vem a luta, podem morrer. 

 O drama dos que querem ser fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo: existem, se apresentam, atraem, deslumbram, criam o ódio, vem a luta e podem morrer!

Redação (24/07/2020 15:35, Gaudium Press) Os Apóstolos foram colunas da Igreja. Todos eles morreram mártires, exceto São João Evangelista, o qual foi lançado num caldeirão cheio de óleo fervente, mas milagrosamente saiu ileso.

São Tomé, o Apóstolo da Índia

São Tomé fez apostolado na Índia. O vocábulo “tomé”, entre outras origens, provém de Theos, Deus, e meus, meu, ou seja, “meu Deus”. Isto se relaciona com as palavras que ele pronunciou quando, após a Ressurreição de Jesus, tocou em sua chaga do lado e exclamou: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28)  .

Naquele país ele combateu os idólatras, realizou grandes milagres e converteu inúmeras pessoas. Tendo obrigado o demônio a destruir um ídolo no qual o espírito maligno habitava, o chefe dos pagãos o matou à espada. No local de seu martírio foi depois construída uma basílica.

Em 26 de dezembro de 2004, houve um arrasador tsunami no Oceano Índico, com ondas de até 30 metros de altura, que matou mais de 230 mil pessoas.

A Índia também foi atingida pelo tsunami, mas a igreja na qual são veneradas as relíquias de São Tomé permaneceu intacta, enquanto que todas as construções adjacentes ruíram pelo impacto das águas.

Quando evangelizava essa região, o Apóstolo fixou no solo um poste e afirmou que até o fim dos tempos as águas nunca o ultrapassariam. Esse poste existe até hoje e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas relíquias.

Camões, em sua célebre obra Lusíadas, fala do apostolado de São Tomé na Índia (cf. Canto X, estrofes 108-118).

 O drama dos que querem ser fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo: existem, se apresentam, atraem, deslumbram, criam o ódio, vem a luta e podem morrer!

São Marcos pregou em Alexandria

São Marcos não foi um Apóstolo, mas um discípulo que acompanhou durante certo tempo São Paulo e depois se dirigiu a Roma, onde se tornou secretário de São Pedro. Após as pregações realizadas pelo Papa na cidade eterna, seus habitantes pediram a São Marcos que escrevesse uma síntese dos ensinamentos ministrados pelo Príncipe dos Apóstolos.

“Ele pôs por escrito tudo o que ouvira de seu mestre […], o qual examinou o relato com cuidado e, vendo que era pleno de verdade, aprovou-o e julgou-o digno de ser recebido por todos os fiéis.”  Assim, surgiu o segundo Evangelho.

Tendo ele concluído esse magnífico trabalho, São Pedro enviou-o a Alexandria para pregar a palavra de Deus.

Alexandria, situada no Norte do Egito, “era uma das maiores cidades da Antiguidade, famosa por sua cultura, sua riqueza, sua importância política e também pela pompa e pelo luxo da vida que ali se levava. […]

São Marcos “obteve um número enorme de conversões exímias, porque todas as pessoas convertidas por ele adotaram um estilo de vida quase monástico. Vemos o choque natural entre a postura casta, austera, séria, digna dessa gente e, por outro lado, a atitude depravada das pessoas das elites do Império Romano, que se misturavam com as elites locais para levar aquela vida de prazer exorbitante do paganismo romano. […]

“Havia também muitos que o odiavam, e estes, em determinado momento, o prenderam e o mataram. Quer dizer, a questão é clara, explicável: ele dividia, separava, criava para aqueles que não queriam segui-lo uma situação insustentável. O resultado era matá-lo.

“Temos, assim, até a consumação dos séculos, o drama de todos aqueles que querem ser fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo. Eles existem, se apresentam, falam, atraem, deslumbram, criam o ódio. Criando o ódio, sai a luta. E na luta, podem morrer. É natural.”

Em Alexandria, São Marcos fez muitos milagres e destruiu ídolos. No ano 68, pagãos o prenderam, passaram uma corda em seu pescoço e o arrastaram por um lugar pedregoso, cheio de agudas rochas. Dando graças a Nosso Senhor Jesus Cristo por sofrer em honra de seu Santo Nome, sua alma foi levada ao Paraíso.

No século IX, católicos fervorosos levaram suas relíquias a Veneza, onde foi construída para abrigá-las a magnífica Catedral de São Marcos.

 O drama dos que querem ser fiéis a Nosso Senhor Jesus Cristo: existem, se apresentam, atraem, deslumbram, criam o ódio, vem a luta e podem morrer!

São Matias, um “anti-Judas”

São Matias foi um discípulo que acompanhou Nosso Senhor desde o início de sua vida pública e, após a Ascensão, recebeu a insigne graça de ser escolhido como Apóstolo para substituir Judas Iscariotes, o traidor.

Fez apostolado na Capadócia, atual Turquia, bem como em outras regiões e foi decapitado com um machado. É o padroeiro dos açougueiros.

“Uma imensa lacuna se produzira no colégio apostólico. E o mais doloroso da história de todos os tempos: essa lacuna foi causada por um apóstolo traidor, que prevaricou a troco de dinheiro. O lugar dele ficou vazio e

era preciso alguém que, por suas reconhecidas virtudes, reparasse perante a justiça divina o mal praticado por Judas Iscariotes.

“Necessário se fazia que o escolhido fosse um “anti-Judas”, alguém excelente na linha em que aquele foi péssimo, um homem que se demonstrasse admirável em tudo quanto Judas se mostrou abominável e execrável.

“Assim, através dessas características, nos aparece São Matias, o discípulo da fidelidade e do desapego, o Apóstolo da honestidade e da lealdade.”

Quase nada se conhece a respeito de São Matias. “Somente no Juízo Final provavelmente saberemos algo sobre a vida dele. Então conheceremos como terá sido de fato esse varão bem-amado de Deus, que realizou a extraordinária missão de ser aquele que, pela luz de sua virtude, apagaria a mancha de Judas na História da Igreja.”

Peçamos a Nossa Senhora a graça de lutarmos intrepidamente em defesa da Igreja Católica Apostólica Romana contra seus inimigos velados ou declarados, certos de que as forças do Inferno jamais prevalecerão contra ela.

Por: Paulo Francisco Martos

(in “Noções de História da Igreja” – 19)

 

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11 -Cf. VARAZZE, Jacopo de. La Légende Dorée. Paris: Garnier-Flammarion. 1967, v. I, p. 57.

 

2 -Idem, ibidem, p. 302.

 

3 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. São Marcos e o apostolado no mundo contemporâneo. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XVI, n. 181 (abril 2013), p. 29-31.

4 – Cf. RIBEIRO, Jannart Moutinho. Vida dos Santos. São Paulo: Editora das Américas. 1959. v. 7, p. 252.

5 – CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. São Matias, Apóstolo modelo de fidelidade, honestidade e desapego. In Dr. Plinio, São Paulo. Ano XII, n. 134 (maio 2009), p. 29.

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