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Papa fala da Hipocrisia dos justos

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 05-10-2018, Gaudium Press) Em sua homilia proferida durante a Missa celebrada hoje na Casa Santa Marta, o Papa Francisco comenta o Evangelho de São Lucas e a advertência de Jesus aos habitantes de Betsaida, Corazim e Cafarnaum que não acreditaram nele apesar dos milagres do Senhor.

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Francisco convida todos a realizar um exame de consciência.

Para o Papa, nós que nascemos numa sociedade cristã, corremos o risco de viver o cristianismo “como um costume social”, de modo formal, com a “hipocrisia dos justos”, que têm “medo de deixar-se amar”.

Para o Pontífice, Jesus “está triste por ter sido rejeitado. Certamente” Cidades pagãs como Tiro e Sidônia, vendo os seus milagres “com certeza teriam acreditado”. Por isso, Nosso Senhor chora, “porque essas pessoas não foram capaz de amar”, enquanto Ele “queria chegar a todos os corações com uma mensagem” que era uma “mensagem de amor”.

Cristianismo formal

O cristianismo formal “é uma atitude que nos faz mal, porque reduzimos o Evangelho a um fato social, sociológico, e não a uma relação pessoal com Jesus. Jesus fala a mim, fala a você, fala a cada um de nós. A pregação de Jesus é para cada um de nós. Como é possível que aqueles pagãos, que ao ouvirem a pregação de Jesus o seguem, e eu, que nasci aqui, numa sociedade cristã, me acostumo, e o cristianismo é como se fosse um costume social, uma veste que visto e depois a deixo? E Jesus chora sobre cada um de nós quando nós vivemos o cristianismo formalmente, não realmente, disse o Papa Francisco.

Vamos nos colocar no lugar dos habitantes das três cidades, prosseguiu o Papa. “Eu que recebi muito do Senhor, nasci numa sociedade cristã, conheci Jesus Cristo, conheci a salvação”, fui educado à fé. E com muita facilidade me esqueço de Jesus. Depois, ao invés, “ouvimos notícias de outras pessoas que ouviram o anúncio de Jesus, se converte e o segue”. Mas nós, comentou o Pontífice, estamos “acostumados”.

Hipocrisia dos justos

Examinando nossa vida e percebemos que agimos assim, somos um pouco hipócritas, com a hipocrisia dos justos, definiu Francisco:

“Há a hipocrisia dos pecadores, mas a hipocrisia dos justos é o medo ao amor de Jesus, o medo de deixar-se amar. E, na realidade, quando nós fazemos isso, nós tentamos administrar a relação com Jesus. ‘Sim, eu vou à Missa, mas você fique na Igreja que eu depois vou para casa.

E Jesus não volta conosco para casa: na família, na educação dos filhos, na escola, no bairro…”

“Sou Corazim? Sou Betsaida? Sou Cafarnaum?”

“Hoje pode ser para nós um dia de exame de consciência, com este refrão: “Ai de ti, ai de ti”, porque eu dei muito, dei a mim mesmo, escolhi você para ser cristão, ser cristã, e você prefere uma vida pela metade, uma vida superficial: um pouco sim de cristianismo e água benta, mas nada mais. Na realidade, quando se vive esta hipocrisia cristã, o que nós fazemos é expulsar Jesus do nosso coração. Fazemos de conta tê-lo conosco, mas o expulsamos. “Somos cristãos, orgulhosos de sermos cristãos”, mas vivemos como pagãos.

Cada um de nós deve se perguntar: “Sou Corazim? Sou Betsaida? Sou Cafarnaum?”.

Examine sua consciência, recomenda Francisco.
Se o exame feito nos indicar que Jesus chora, pedir a graça de chorar também nós.
Façamos, então uma oração. Aquela mesma que deveria fazer quem se sentir um ‘cristão formal’ que vive a ‘hipocrisia dos justos’:

“O Senhor me deu muito. O meu coração é tão duro que não o deixa entrar. Pequei de ingratidão, sou um ingrato, sou uma ingrata”.

“E peçamos ao Espírito Santo que nos escancare as portas do coração, de modo que Jesus possa entrar e não só ouçamos Jesus, mas ouçamos a sua mensagem de salvação e “assim dar graças por tantas coisas boas que ele fez por cada um de nós”, finalizou Francisco.

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)

 

 

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