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Antigo Núncio nos EUA diz que avisou ao Papa sobre abusos do Arcebispo McCarrick

Itália – Roma (Segunda-feira, 27-08-2018, Gaudium Press) No dia de ontem, 26, saiu à luz um memorando de mais de dez páginas de autoria do ex-Núncio nos EUA, Dom Carlo Maria Viganò, sobre diversos fatos relacionados com os abusos cometidos ao longo do tempo por Dom Theodore Edgar McCarrick, que foi Arcebispo de Newark e Arcebispo de Washington entre os anos 2001 a 2006, ano no qual foi aceita a renúncia por parte do Papa Bento XVI. Como consequência de sérias alegações de abuso sexual contra o Arcebispo McCarrik, no dia 27 julho passado o Papa Francisco recebeu sua renúncia como membro do colégio de Cardeais e poucas horas depois Francisco a aceitou.

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Crédito: Gustavo Kralj

No memorando, o ex-Núncio Viganò assevera, entre vários outros pontos, que em conversa sustentada com o Papa Francisco no dia 23 de junho de 2013, disse ao Pontífice:

“Santo Padre, não sei se você conhece ao Cardeal McCarrick, mas se perguntar à Congregação para os Bispos, há um dossiê grande sobre ele. Ele corrompeu gerações de seminaristas e sacerdotes e o Papa Bento ordenou que ele se retirasse para uma vida de oração e penitência”. O Papa não fez o mínimo comentário a minhas graves palavras e seu rosto não mostrou nenhuma expressão de surpresa.

Nas mais de dez páginas de seu memorando, Dom Viganò faz referências a vários Secretários de Estado vaticano e diversos Cardeais e Bispos, como conhecedores dos abusos sexuais perpetrados pelo Arcebispo McCarrick.

O Papa se refere ao memorando de Dom Viganò

No voo em que regressava da Irlanda, onde havia assistido ao Encontro Mundial das Famílias, um jornalista perguntou ao Papa sobre sua opinião acerca do ‘Relatório Viganò’, ao que Francisco respondeu: “Eu li na manhã de hoje o comunicado. Eu o li, e lhes digo sinceramente, que devo dizer-lhes o seguinte, a você [jornalista] e a todos vocês que estão interessados: leiam o documento atentamente e tirem suas próprias conclusões”. “Eu não vou dizer uma palavra sobre isso. Acredito que o comunicado fala por si mesmo, e vocês têm a capacidade jornalística suficiente para chegar às conclusões”.

O Pontífice não descartou tratar sobre o conteúdo do documento mais adiante. (EPC)

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