No caminho do Senhor, ninguém deve sentir-se um intruso, diz Papa
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 02-07-2018, Gaudium Press) “O Evangelho deste domingo apresenta dois prodígios realizados por Jesus, descrevendo-os quase como uma espécie de marcha triunfal para a vida”, foram palavras do Papa Francisco ao iniciar sua alocução durante a Oração do Angelus neste domingo, 01 de julho, ao dirigir-se aos 20 mil fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro.
Inspirando-se no trecho do Evangelho de São Marcos proposto pela liturgia do dia sobre a fé e a vida nova trazidas por Jesus, Francisco ressalta que a única morte que devemos temer é a do coração endurecido pelo mal, mumificado.
Inspirando-se nas curas da filha de Jairo e da hemorroísa, narradas no Evangelho, o Papa Francisco descreve o que aconteceu na casa de Jairo.
Ao saber da notícia de que a filha dele havia morrido, Jesus lhe disse apenas: “Não tenha medo, apenas tenha fé!” E ao chegar na casa, mandou sair a multidão que lamentava e dirigiu-se ao quarto da menina, dizendo:
“Levanta-te”. “E imediatamente a menina levantou-se, como se despertasse de um sono profundo”.
Logo em seguida, o Papa passa ao segundo milagre narrado por Marcos, a cura da hemorroísa, destacando o fato de que “a fé dessa mulher atrai, e me vem o desejo de dizer “rouba”, disse o Papa, o poder salvador divino que existe em Cristo, que, sentindo que uma força que “saiu dele”, tenta entender quem tenha sido. E quando a mulher, com tanta vergonha, se aproxima e confessa tudo, Ele diz a ela:
“Filha, a tua fé te salvou”.
E Francisco comenta:
” Trata-se de duas histórias interligadas, com um único centro: a fé, e mostram Jesus como fonte de vida, como aquele que devolve a vida àqueles que confiam nele plenamente “
Ninguém é intruso
Francisco recordou que Jairo, que é o pai da menina, e a mulher doente não são discípulos de Jesus, porém mesmo assim, eles foram tocados pela Fé.
“A partir disso, -disse o Papa- entendemos que todos são admitidos no caminho do Senhor: ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. Para ter acesso ao seu coração, ao coração de Jesus, há apenas um requisito: sentir necessidade de cura e confiar n’Ele”.
Cura e Fé: o Papa Pergunta
“Eu pergunto a vocês: cada um de nós se sente necessitado de alguma cura? De qualquer coisa, de qualquer pecado, de qualquer problema? E se sente isto, tem fé em Jesus? São dois os requisitos para ser curado, para ter acesso ao seu coração: sentir-se necessitado de cura e confiar n’Ele”.
Jesus descobre essas pessoas em meio à multidão, comenta Francisco “e as tira do anonimato, libertando-as do medo de viver e ousar”.
“Ele faz isso com um olhar e com uma palavra que as coloca em caminho depois de tantos sofrimentos e humilhações”.
” Nós também somos chamados a aprender e a imitar essas palavras que libertam e esses olhares que restituem àqueles que são privados disto, o desejo de viver “
Morte física e Coração endurecido
Ainda comentando o Evangelho do dia, Francisco afirmou que existe um entrelaçamento entre os temas da fé e da nova vida que Jesus veio oferecer a todos:
“Jesus é o Senhor e, diante dele, a morte física é como um sono: não há motivo para desesperar-se. Outra é a morte da qual devemos ter medo: a do coração endurecido pelo mal!”:
“Ah, dela sim devemos ter medo! Quando nós sentimos ter o coração endurecido, o coração que se endurece e me permito a palavra: o coração mumificado. Devemos ter medo disto. Esta é a morte do coração. Mas mesmo o pecado, mesmo o coração mumificado, para Jesus nunca é a última palavra, porque Ele nos trouxe a infinita misericórdia do Pai. E mesmo que caíssemos, a sua voz suave e forte nos alcança: “Eu te digo: levanta-te!””
“É belo ouvir aquela palavra de Jesus dirigida a cada um de nós: “Eu te digo: levanta-te. Vai. Levanta-te, coragem. Levanta-te”. E Jesus restitui a vida à menina e restitui a vida à mulher curada: vida e fé às duas”. (JSG)
(Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
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