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Papa Francisco se encontra com jornalistas no Vaticano

Cidade do Vaticano (Terça-feira, 05-06-2018, Gaudium Press) Nesta segunda-feira, 04, o Papa Francisco recebeu em audiência setenta integrantes da fundação que promove o Prêmio Internacional de Jornalismo “Biagio Agnes”.

Durante o encontro, ocorrido na Sala Clementina, o Pontífice convidou os jornalistas a se comprometerem “com uma comunicação que saiba colocar a verdade acima dos interesses pessoais ou de corporações”.

“Ser jornalista tem a ver com a formação das pessoas, de sua visão do mundo e seus comportamentos em relação aos eventos. É um trabalho exigente, que neste momento está passando por um período marcado pela convergência digital e pela transformação dos meios de comunicação”, afirmou.

O Santo Padre recordou que durante suas viagens notou “uma diferença nos métodos de produção: desde as clássicas equipes de TV até os jovens que com um telefone celular conseguem redigir uma notícia para um portal. Ou de rádios tradicionais a verdadeiras entrevistas feitas com um celular. Tudo isso mostra que estamos realmente vivendo uma transformação premente de formas e linguagens da informação”.

Citando um trecho da Encíclica ‘Laudato si’, Francisco advertiu que “as dinâmicas dos meios de comunicação e do mundo digital, […] quando se tornam onipresentes, não favorecem o desenvolvimento da capacidade de viver com sabedoria, pensar em profundidade, amar com generosidade. Neste contexto, os grandes sábios do passado correriam o risco de ver sufocada a sua sabedoria no meio do ruído dispersivo da informação”.

Diante desse panorama, o Pontífice acentuou que “não existem receitas”, mas destacou três pontos: periferias, verdade e esperança.

Sobre o primeiro, periferias, alertou que apesar de “muitas vezes, os pontos nevrálgicos da produção de notícias se encontrarem nos grandes centros”, nunca devemos nos esquecer “as histórias de pessoas que vivem distantes, nas periferias”.

A respeito da verdade, o Papa disse ser necessário que os jornalistas sejam exigentes “consigo mesmo para não cair na armadilha das lógicas de contraposição por interesses ou ideologias”.

“Hoje, num mundo onde tudo é rápido, é cada vez mais urgente recorrer à dolorosa e árdua lei da pesquisa aprofundada, do confronto e, se necessário, também do calar em vez de ferir uma pessoa ou um grupo de pessoas ou deslegitimar um fato. Eu sei que é difícil, mas a história de uma vida se entende no final, e isso deve nos ajudar a nos tornar corajosos e proféticos.”

Por fim, ao tratar da esperança, o Santo Padre explicou que “não se trata de contar um mundo sem problemas: seria uma ilusão. Trata-se de abrir espaços de esperança, denunciando situações de degradação e desespero”.

“Um jornalista não deveria se sentir bem pelo simples fato de ter relatado, de acordo com sua responsabilidade livre e consciente, um evento. É chamado a manter aberta uma área de saída, de significado, de esperança”, concluiu. (EPC)

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