Pedidos ousados ou conformados?
Redação (Terça-feira, 27-12-2016, Gaudium Press) Em um reino distante…
Um monarca muito santo sobressaía aos olhos de Deus e do povo por sua admirável bondade.
* * *
Certo dia, desejoso de ter algum contato mais próximo com sua gente, decidiu passear pelas pequenas estradas do reino, levando toda a comitiva real.
Ora, já próximo ao fim do percurso, em meio aos últimos clamores de admiração e entusiasmo do povinho fiel, seus olhos pousaram sobre uma criança, um menininho que o fitava pasmo de admiração.
Muito condescendente, ordenou que parassem a carruagem e dirigiu-se a ele, dizendo:
– Meu pequeno súdito, a quem quero como a um filho, peça-me algo: diga-me o que queres e eu te darei.
O menino pensou bem e disse:
– Majestade, eu quero um amendoim!
Tomado de surpresa e decepção, o rei, que podia e desejava dar àquele pequenino qualquer maravilha, dirigiu-se a um servo que o acompanhava para que desse a ele um amendoim.
E… retirou-se para o seu castelo.
* * *
O fato causa em muitos certa indignação e inconformidade. Todavia, muitas vezes fazemos nós mesmos o papel dessa criança. Tendo como Pai, não um rei temporal, mas o Deus Onipotente, muitas vezes Lhe dirigimos somente preces inúteis e pequenas, ou mesmo não O invocamos…
Um verdadeiro absurdo!
Aquele que por nós Se fez Homem, morreu numa Cruz e ressuscitou, não nos daria qualquer graça, por mais alta e ousada que fosse?
Quem disse: “Pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e ser-vos-á aberto”, não nos atenderá?
O menino pediu ao rei um amendoim e obteve; mas nós podemos obter de Deus tudo: pediremos somente “um amendoim”?
Com efeito, sem deixar de recorrer a Ele também nas pequenas dificuldades, peçamos: Nossa Senhora dos pedidos ousados, rogai por nós!
Por Bruna Almeida Piva
(Instituto Filosófico Teológico Santa Escolástica)
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