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Bento XVI pede aos farmacêuticos que não vendam remédios contra a vida

Cidade do Vaticano/ Poznan (Segunda, 14-09-2009, Gaudium Press) “O farmacêutico deve convidar todos a um ‘acesso de humanidade’, para que cada ser seja tutelado desde a sua concepção até a sua morte natural e os medicamentos tenham um papel verdadeiramente terapêutico”, apelou o Papa aos participantes do 26° Congresso Mundial da Federação Internacional Farmacêuticos Católicos, que aconteceu entre os dias 12 e 14 de setembro em Poznan, na Polônia. O tema desta edição foi “A segurança do medicamento: ética e consciência para o farmacêutico”.

“Não é possível anestesiar as consciências sobre os efeitos de moléculas que têm como finalidade evitar a implantação de um embrião ou abreviar a vida de uma pessoa”, chamou a atenção o Papa, referindo-se ao uso da pílula abortiva Ru486. O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, monsenhor Zygmunt Zimowski, lembra que existe o “risco de um desastre humanitário e sanitário mundial.”

Mons. Zimowski apela para que se garanta o acesso aos medicamentos necessários aos mais pobres. “Em muitas zonas faltam remédios de primeira necessidade, os atendimentos de base que garantem a defesa primária. Frequentemente, por motivos econômicos, as doenças típicas de países em desenvolvimento são negligenciadas porque, mesmo que atinjam e matem milhões de pessoas, não constituem um mercado bastante ‘rico’. Alguns destes medicamentos poderiam ser facilmente realizados com base nos conhecimentos científicos correntes, mas não vêm à luz por motivos exclusivamente econômicos.”

O apelo de Bento XVI foi alvo de críticas na Itália, país que introduziu o uso da Ru486 nos hospitais em julho passado. Segundo Sergio Dompé, presidente da Farmindustria (a associação dos produtores de remédios na Itália), a missão dos farmacêuticos é “oferecer soluções aos problemas” e “colocar a disposição às soluções existentes”.

“No próximo mês de fevereiro o Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde celebrará os seus 25 anos de vida e nesta ótica gostaria de convidar a todos os farmacêuticos – associações e indivíduos – para reavivar a própria identidade de farmacêuticos católicos e sua missão a serviço da saúde e da vida cumprindo sempre em consciência e ciência a própria profissão. Gostaria também de solicitar a eles um empenho eficaz em favor dos doentes nos países em vias de desenvolvimento e em particular às crianças, para que elas possam ter acesso aos remédios que necessitam, principalmente em relação à luta contra a Aids, a malária e a tuberculose. Além disso, este ano celebramos também o IV centenário da morte de São João Leonardi, que é o patrono dos farmacêuticos: ele dizia que Jesus Cristo é a Eucaristia e com grande ênfase indicava nela o remédio da imortalidade e pelo qual somos confortados, nutridos, transformados em Deus e partícipes da natureza divina. São estes os nossos votos e a nossa oração”, disse ao fim do Congresso o Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde .

 

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