Em Viterbo, Papa celebra missa para 5 mil pessoas

Viterbo (Terça, 08-09-2009, Gaudium Press) Após a visita ao Palácio dos Papas de Viterbo, onde ocorreu o primeiro conclave da história da Igreja, o Papa Bento XVI deu prosseguimento à sua visita pastoral à cidade neste domingo celebrando uma missa para mais de cinco mil pessoas no Vale Faul, região onde se localiza o próprio palácio. “Coragem, não temais!” falou o Papa em sua homilia, citando trecho do Evangelho que corresponde ao tema da peregrinação, “Confirma os teus irmãos”.

Nas leituras da celebração, o Papa falou centrou-se nas questões da fé. Ele falou sobre o deserto que simboliza “os eventos dramáticos, as situações difíceis e a solidão que marca não raramente a vida”. Mas “o deserto mais profundo é o coração humano quando perde a capacidade de escutar, de falar, de comunicar com Deus e com os outros” – ressaltou o Papa. Segundo ele, a pessoa perde, assim, a possibilidade de “ver a realidade” e torna-se indiferente e egoísta.

Jesus quer em cada homem “dar face a uma ‘nova humanidade’, a humanidade da ‘escuta e da palavra, do diálogo, da comunicação, da comunhão com Deus’ e superar a sua ‘solidão e a incomunicabilidade criadas pelo egoísmo'”, disse o Papa. Humanidade que é boa com toda a criação de Deus, é boa sem discriminações e exclusões. O pontífice fez votos pela construção de uma humanidade nova “na liberdade e na justiça, na verdade e na caridade dos filhos de Deus”.

Na parte dedicada à Igreja de Viterbo, Bento XVI se concentrou sobre três pontos: educação, testemunho e atenção aos sinais de Deus. Ele recordou a figura de Santa Rosa Venerini, canonizada pelo próprio Bento XVI há três anos. A santa, como, co-patrona da diocese, é um exemplo de “fé e de generosidade aos pobres” para a cidade de Viterbo. Aqui nasceram também “muitas casas de vida consagrada, masculinas e femininas, e em particular mosteiros de clausura”, notou o Papa. Por isto, Bento XVI pediu aos peregrinos uma oração em intenção das novas vocações, para os padres e seminaristas.

Depois da missa, o Santo Padre esteve brevemente no Santuário de Santa Rosa, patrona da cidade, para venerar suas relíquias. Em Viterbo, acontece anualmente em setembro, em recordação ao traslado de seu corpo ocorrido em 1258, a procissão solene com o coração da santa. O coração de Santa Rosa é levado em procissão desde 1921.

Desde 1976, por iniciativa das irmãs Clarissas, tomam parte na procissão também personagens fantasiados, que representam as máximas autoridades da cidade junto às milícias. Hoje o cortejo é composto por aproximadamente 170 figurantes em costumes medievais e renascimentais, por “rosinhas”, moças com cestas cheias de cera e de flores e por 130 crianças “botões” de Santa Rosa.