Na França, estão em moda os produtos monásticos
Paris – França (Terça-feira, 15-09-2015, Gaudium Press) O crescimento de vendas dos produtos monásticos na França, é algo realmente digno de nota. E a clientela hoje por hoje ultrapassa amplamente o público confessional.
Por exemplo, as vendas da loja da Abadia de Nossa Senhora de Maylis, em Landes, cresceu por volta de 50% desde o início do ano. Esta abadia se especializa em ceras para móveis e parques e na produção de um chá medicinal, vendas estas que representam a metade do orçamento dessa comunidade de monges beneditinos.
Mas não só ceras, ou chás, mas também bálsamos, azeites, doces, marmeladas… é toda a infinidade de produtos produzidos pelas abadias francesas, os que encontram apreço de um tipo de consumidor que valoriza muito este tipo de consumo “razoável”.
Por exemplo, o Irmão Alexis, da Abadia de Nossa Senhora de Aiguebelle, em Drôme, está orgulhoso de sua bebida fortificante, baseada em 52 plantas, que já tem meio século de antiguidade e que está encabeçando as vendas na loja das Abadias, uma boutique parisiense que se especializa na distribuição de produtos monásticos. Segue com êxito essa bebida reconfortante, uma gama de produtos baseados em Épeautre, um cereal que se assemelha ao trigo, produtos que se inspiram nos conselhos de Santa Hildegarda de Bingen.
Pierre van den Broek, gerente da loja das Abadias, afirma que estão oferecendo, tanto na loja como pela internet, por volta de 800 produtos. Além dos compradores nacionais, são turistas japoneses, americanos e brasileiros os que mais mostram desejo de comprar algo que tenha ligação com “a terra e com o espiritual”.
De fato, tudo referente aos produtos das abadias tem um sabor tradicional, nada de marketing gigantesco, mas que a fama foi bem conquistada de boca em boca, pela recomendação pessoa a pessoa. “Estamos cheios dos estandartes agroalimentários. São produtos de qualidade vendidos a preços inferiores àqueles das lojas de mantimentos finos”, declara Stepháne Bouriez, gerente da loja especializada Eole-agapé, que oferece 1.000 produtos de origem monástica.
Inclusive os comerciantes destes produtos não buscam um lucro excessivo, segundo declara também Bouriez. “Como minoristas, devemos suprir nossos custos, mas nos esforçamos em aplicar preços ‘justos’ sem margem excessiva de ganância, para permitir às abadias distribuir seus produtos”. A loja de Bouriez conta com ao menos 3 mil clientes regulares, que continuamente fazem pedidos.
Também está o “Artesanato monástico”, uma associação de 7 lojas e um website nos quais se oferecem produtos de 150 mosteiros. Ou as Boutiques de Théophile, que servem de mercado de 15 mosteiros. Tanto em um como em outro, se percebe “um crescimento da demanda e um rejuvenescimento da clientela”. (GPE/EPC)
Com informações do Le Monde
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