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Festas juninas: Arcebispo de Porto Alegre comenta

Porto Alegre – Rio Grande do Sul (Terça-feira, 23/06/2015, Gaudium Press) Em seu mais recente artigo, Dom Jaime Spengler, Arcebispo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, escreveu que o mês de junho é marcado pelas festas juninas e em muitas cidades do Brasil o povo costuma se reunir para festejar Santo Antônio, São João Batista e São Pedro.

Segundo o Prelado, as festas juninas são marcadas pela alegria e animadas pela dança de quadrilha, músicas típicas, comidas características, fogueira grande, casamento caipira, bandeirinhas coloridas e fogos de artifício. Para ele, tais festas são oportunidade privilegiada para encontro entre as pessoas; recordação de um estilo de vida, por vezes, distante no tempo, mas que traz saudade pela simplicidade, alegria, partilha, descontração e fé.

Ainda de acordo com o Arcebispo, os festejos populares juninos são expressão da obra divina realizada nas figuras de Santo Antônio, São João e São Pedro. Ele explica que Santo Antônio é invocado especialmente nas dificuldades; São João é aquele que foi enviado para preparar os caminhos do Senhor; São Pedro é a rocha escolhida sobre a qual o Senhor edificou a sua Igreja.

“Estes três homens, por caminhos distintos, cooperaram e cooperam para que a obra de Jesus continue no tempo. Pedro é a garantia da unidade da Igreja; João é aquele que vai inaugurando caminhos; Antônio acompanha e intercede nas dificuldades e desafios”, completa.

Além disso, Dom Jaime salienta que é possível ver, de um lado, o povo cantando e fazendo festa, alegrando-se e divertindo-se, dançando e partilhando pratos típicos; de outro, vemos a comunidade de fé que na liturgia faz memória de homens que se destacaram no caminho da fé. Conforme ele, alguns são celebrados de forma solene, outros de forma mais simples, mas a piedade popular encarregou-se de dar o tom tanto de uma quanto da outra forma.

“Entre o povo há, diluído e explicitado, ainda um sentido que dá unidade a tudo o que existe e nos sucede na experiência. Este sentido se coloca à disposição de todos através de nossas tradições culturais que representam a hipótese de realidade com que cada ser humano pode olhar o mundo em que vive. Isso se expressa, por exemplo, na religiosidade popular. Entretanto, num mundo onde tudo se torna motivo de negócio, mesmo as tradições culturais e religiosas, com sua sabedoria, vão perdendo sua característica de oferecer significado à vida e ao mundo”, avalia.

Outra questão abordada pelo Prelado é que a religiosidade popular, que se expressa de forma tão humana e bela, tão simples e rica nas festas juninas, pode ser expressão de um desejo latente profundo na alma de nossa gente que busca um mundo melhor, marcado por paz, fraternidade e justiça, e por isso não cansa de lutar para superar todo tipo de dificuldades (Santo Antônio); empenha-se por cooperar na preparação de caminhos em vista de um mundo um pouco melhor para as novas gerações (São João); e deseja um fundamento firme sobre o qual possa construir um futuro promissor, a partir de um projeto claro de nação (São Pedro).

Por fim, Dom Jaime afirma que as festas juninas, expressão da religiosidade do povo, estão coladas ao cotidiano da vida, pois elas são expressão do desejo humano de confraternização; permitem construir comunhão e unidade; refletem uma compreensão latente do ambiente no qual o ser humano se encontra inserido.

“Elas são espaço para cultivar a possibilidade de um mundo transformado, onde dificuldades imputadas possam ser superadas, bloqueios e empecilhos, desfeitos e a unidade, construída”, conclui. (FB)

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