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"A imagem do pastor evocava a ideia de fidelidade", diz Bispo de Cornélio Procópio

Cornélio Procópio – Paraná (Quinta-Feira, 23/04/2015, Gaudium Press) Dom Manoel João Francisco, Bispo da Diocese de Cornélio Procópio, no Paraná, fala em seu mais recente artigo sobre a figura do bom pastor. Ele afirma que todos os anos, no quarto domingo da Páscoa, é lido um trecho do capítulo 10 do Evangelho de São João no qual Jesus é apresentado como o “Bom pastor” e, portanto, o quarto domingo da Páscoa é também conhecido como o “Domingo do Bom Pastor”.

De acordo com o Prelado, a imagem do pastor era muito familiar e significativa para o povo hebreu e suas instituições sociais e até mesmo sua religião foram muito marcadas pela alegoria do pastor.

Ele ainda reforça que Deus, as autoridades, o Messias prometido, Pedro, os Apóstolos, os Presbíteros, são todos chamados de pastores pelos escritores bíblicos, não apenas porque a imagem do pastor lembrava ao povo que a autoridade devia ser exercida como serviço, mas também, porque evocava a ideia de fidelidade, retidão moral, justiça social, austeridade de vida e todas as virtudes que o povo, enquanto propriedade do próprio Deus, deveria possuir.

Além disso, salienta que apenas quatro vezes a Bíblia chama Deus de pastor, mas inúmeras vezes usa a linguagem pastoril para se referir à ação de Deus em favor do povo. O Bispo dá o exemplo do Salmo 22, que é o mais conhecido, e em que é possível perceber o entusiasmo e a emoção quando o povo canta: “Tu és, Senhor, o meu Pastor, por isso nada em minha vida faltará, nada faltará”.

“Deus, no entanto, é um espírito. Como tal não pode ser visto, nem tocado. Aliás, segundo a Bíblia, aquele que o visse poderia morrer. O ser humano, no entanto, tem necessidade de ver e tocar as pessoas e as coisas. Faz parte de sua natureza. Por isso, Deus se faz representar por homens e mulheres que exercem a função de autoridade e guia do povo. Desta forma encontramos na Bíblia muitas passagens em que as autoridades são comparadas aos pastores”, avalia.

Conforme Dom Manoel, Moisés, preocupado com o bem estar do povo que havia libertado do Egito e sentindo que a morte estava próxima, rezou a Deus que enviasse alguém que fosse capaz de tomar iniciativas e as fizesse executar a fim de que a “comunidade não se sentisse como ovelha sem pastor”. Para ele, Deus mandou então que Moisés impusesse as mãos sobre Josué e o constituísse novo guia do povo (Nm 27,16-23). Davi, pastor por profissão, também foi chamado por Deus para ser o rei de Israel e pastoreá-lo (2Sam 5,1-3).

“No Novo Testamento, aos bispos e presbíteros é dada a missão de apascentar a Igreja de Deus. ‘Sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, não por coação, mas de coração generoso; não por torpe ganância, mas livremente; não como dominadores da herança a vós confiada, mas antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o pastor dos pastores, recebereis a coroa imperecível da glória'” (1Pd 5,2-4).

Concluindo sua reflexão, o Bispo de Cornélio Procópio lembra que foi neste contexto que o Papa Paulo VI ordenou que no quarto domingo da Páscoa, os católicos do mundo inteiro fizessem orações especiais pelos pastores, bispos e padres e rezássemos também pelas vocações sacerdotais.

“Nossa diocese tem falta de padres. No momento estamos sendo ajudados por quatro padres da Diocese de Jacarezinho. Esta ajuda, no entanto, é temporária. Por isso, precisamos rezar com muito fervor, pedindo ao Senhor da messe que mande pastores para que nossa diocese, não pereça nas garras de lobos vorazes”, finaliza. (FB)

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